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Estado de Minas

Extrema direita alemã espera obter 1ª vitória nas eleições regionais


postado em 30/08/2019 09:37

A extrema direita alemã pode conseguir no domingo (1º) sua primeira vitória em eleições de peso na Alemanha, onde acontecem disputas regionais em dois estados federais que pertenceram à extinta RDA.

Estas eleições nos Länder (regiões) de Brandenburgo e Saxônia podem enfraquecer ainda mais a coalizão de governo liderada pela conservadora Angela Merkel junto com os socialdemocratas.

Em Brandenburgo, a sigla Alternativa para a Alemanha (AfD) lidera as pesquisas com 21% dos votos e disputará o primeiro lugar com o SPD (socialdemocrata), que governa atualmente esta região em uma coalizão de esquerda.

Na Saxônia, as enquetes apontam que a AfD ficaria em segundo, atrás da CDU (direita) da chanceler Merkel, que aparece com 29% dos votos. Mas a sigla populista subiria 15 pontos em relação às eleições nesta região em 2014, obtendo até 25% dos votos.

A AfD já havia sido a força mais votada nestas duas regiões durante as eleições europeias de maio, nas quais os partidos tradicionais sofreram uma forte queda.

Em 27 de outubro próximo, também acontecem disputadas eleições na Turíngia, no leste da Alemanha.

- Perda de confiança na justiça social -

Embora seja a força mais votada em algum destes Länder, a AfD dificilmente fará parte do governo regional, já que os demais partidos - em especial a CDU - anunciaram que não vão se aliar com a legenda de extrema direita, fundada em 2013.

O provável auge eleitoral da extrema direita no leste do país agitará ainda mais a paisagem política na Alemanha, onde os partidos tradicionais estão em crise.

O crescimento da AfD no leste da Alemanha acontece poucos meses antes da comemoração, em novembro próximo, do 30º aniversário da Queda do Muro de Berlim.

Por que o leste da Alemanha está mergulhado em um "humor sombrio", segundo a expressão de Matthias Platzeck, presidente da Comissão 30 anos de Unidade Alemã? "Declínio depois de 1990, crise financeira em 2008 e a crise dos refugiados em 2015: tudo isto em uma geração", explica Platzeck.

Em regiões como a Saxônia e a Turíngia, médicos, professores e milhares de jovens migram todos os anos para o lado ocidental da Alemanha, mais rico e com salários mais altos.

Os habitantes dos territórios da extinta RDA "perderam a confiança na justiça social", afirma Thomas Kliche, psicólogo político da Universidade de Magdeburgo-Stendal.

- Um teste para Merkel -

A AfD também se beneficia do ressentimento gerado pela acolhida de milhares de refugiados desde 2015 e faz campanha contra os partidos tradicionais, usando slogans dos manifestantes de 1989, como "Somos o povo".

Embora se trate de eleições regionais, esse pleito é considerado um teste para Merkel, que preside um frágil governo de coalizão com o SPD e já anunciou que este é seu último mandato.

Muito impopular entre os simpatizantes da AfD, a chanceler alemã manteve uma posição discreta durante a campanha e deixou o caminho livre para as lideranças locais, que endureceram o discurso em matéria de segurança e imigração para evitar a fuga de eleitores para a extrema direita.

Em uma situação ainda mais delicada estão os socialdemocratas, que podem perder o governo regional de Brandenburgo e obter menos de 10% dos votos na Saxônia.

Segundo a revista "Der Spiegel", estas eleições podem provocar uma "tempestade" em Berlim.


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