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Estado de Minas

Arábia Saudita se prepara para a grande peregrinação a Meca


postado em 07/08/2019 16:43

Cerca de dois milhões de muçulmanos começarão na sexta-feira a grande peregrinação anual à cidade sagrada de Meca, na Arábia Saudita, em um momento de fortes tensões no Golfo.

Pouco antes do início do hajj, o ponto culminante do calendário muçulmano e um dos maiores encontros religiosos do mundo, a multidão se tornava cada vez mais compacta em Meca, a cidade santa que viu nascer o Islã e seu profeta Maomé há 14 séculos.

"É a primeira vez que sinto algo tão forte, é incrível", diz Sobar, um peregrino indonésio de 40 anos, usando um fez vermelho, o chapéu tradicional da Turquia e do Magrebe.

Ondas de fiéis do mundo inteiro vestidos de branco iam chegando à cidade localizada no oeste do reino ultraconservador para completar cinco dias de rituais que quase não mudaram desde a época do fundador do Islã.

"O Islã nos une", afirma Leku Abibi, um mecânico ugandense de 46 anos.

Na terça-feira já haviam chegado mais de 1,8 milhão de peregrinos estrangeiros, segundo cálculos das autoridades.

A peregrinação a Meca é um dos cinco pilares do Islã e todo muçulmano deve realizá-la pelo menos uma vez na vida se tiver as condições necessárias.

No total, contando os sauditas, mais de 2,5 milhões de fiéis farão o hajj este ano, segundo a imprensa local.

- "Todas as nacionalidades" -

O hajj começa este ano em um contexto de fortes tensões regionais entre Washington e Teerã, exacerbadas por incidentes como ataques contra petroleiros, um drone abatido e tanques capturados no Golfo.

A Arábia Saudita, líder regional e grande rival do Irã, e seu aliado americano acusam Teerã de estar por trás destes ataques, algo que a república islâmica nega.

Apesar da ausência de relações diplomáticas entre Riade e Teerã, este ano participam do hajj 88.550 iranianos, segundo a agência persa Tasnim.

O lugar estrela de Meca nestes dias é a Kaaba, uma estrutura cúbica coberta por um tecido preto bordado em ouro cujo acesso é proibido aos não muçulmanos e situada no coração da Grande Mesquita, cujos minaretes de estilo otomano são rodeados por arranha-céus cheios de galerias comerciais e hotéis de luxo.

É em direção à Kaaba que os muçulmanos do mundo inteiro viram durante suas cinco orações diárias. Na peregrinação, os fiéis devem completar sete voltas ao redor desta estrutura e seguir uma série de rituais estritos.

"Estão todas as nacionalidades, todos os idiomas. Não há diferenças entre nós", afirma Nurul Jamal, um aposentado indiano de 61 anos.

À espera do início do hajj, os peregrinos passeiam ou rezam na Grande Mesquita e sobre a esplanada, suportando temperaturas de mais de 40 graus.

- Desafio em termos de segurança -

Os homens usam suas peças de tecido branco não costuradas chamadas "ihran", deixando um ombro descoberto. As mulheres devem estar totalmente cobertas, exceto no rosto e nas mãos. Os peregrinos costumam se deslocar em grupos orientados por guias que levantam cartazes de cada país.

Fora das horas de oração, os "hóspedes de Deus" enchem os comércios, que faturam por todo o mês de agosto com a peregrinação. O turismo religioso aporta a Arábia Saudita bilhões de euros por ano.

Mas ao mesmo tempo, este gigantesco encontro de fiéis representa um desafio logístico e de segurança. Desde a correria que em 2015 provocou a morte de cerca de 2.300 peregrinos, Riade reforçou seu dispositivo de vigilância com dezenas de milhares de câmeras e pessoal especializado, que supervisionam cada canto da cidade santa.


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