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Estado de Minas

Milhares de pessoas protestam na França em repúdio ao antissemitismo


postado em 19/02/2019 18:45

Milhares de pessoas se concentraram nesta terça-feira (19) em toda a França para denunciar um aumento do antissemitismo no país, horas depois de 80 tumbas terem sido profanadas em um cemitério judaico.

Em Paris, uma multidão se reuniu na praça da República, no centro da cidade, com pessoas que exibiam cartazes com mensagens como "Não ao ódio" e "Basta!".

O primeiro-ministro, Edouard Philippe, esteve em outra manifestação, junto com outros membros do governo, para "denunciar o inaceitável" e prometeu que serão tomadas "medidas" para punir os responsáveis por estes atos.

O presidente, Emmanuel Macron, preferiu dirigir-se acompanhado da esposa, Brigitte, ao memorial da Shoah, onde depositou uma coroa de flores brancas. O casal presidencial estava acompanhado dos presidentes das duas casas do Parlamento, Gérard Larcher e Richard Ferrand.

Pouco antes, o chefe de Estado se dirigiu ao cemitério da localidade de Quatzenheim, povoado de 800 habitantes no leste da França, que amanheceu com 80 tumbas pichadas com suásticas azuis e amarelas.

"Tomaremos ações, promulgaremos leis e puniremos" os responsáveis, declarou o presidente Emmanuel Macron, que se dirigiu a Quatzenheim para dialogar com seus habitantes, consternados após a profanação.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, denunciou a profanação como um ato "chocante" cometido por "selvagens antissemitas", e chamou os líderes franceses a tomarem uma "forte posição contra o antissemitismo".

O antissemitismo "é um flagelo que ameaça a todos, não só a nós, e deve ser condenado cada vez que mostrar sua cabeça, onde quer que esteja", disse Netanyahu em um comunicado.

Seu ministro da Imigração, Yoav Gallant, condenou a profanação do cemitério e chamou os judeus da França a emigrarem a seu país. "Voltem para casa, emigrem a Israel", escreveu Gallant no Twitter.

- 'Basta!' -

Os túmulos profanados foram encontrados no mesmo dia em que foram convocadas manifestações em toda a França para denunciar um aumento dos atos antissemitas no país após uma onda de vandalismo e de agressões verbais antissemitas.

A promotoria de Paris abriu uma investigação preliminar pelos insultos antissemitas contra o escritor e filósofo Alain Finkielkraut durante um protesto antigoverno dos "coletes amarelos" durante o fim de semana.

O ensaísta foi chamado, entre outras coisas, de "sionista de merda" por alguns manifestantes encalorados que encontraram ele em uma rua em pleno centro de Paris.

Dias antes, uma suástica foi pintada sobre um retrato em Paris da falecida ex-ministra Simone Veil, sobrevivente de um campo de extermínio nazista durante a Segunda Guerra Mundial, e duas árvores que haviam sido plantadas em um subúrbio de Paris em memória de um jovem judeu assassinado em 2006 foram encontradas destroçadas.

Estes atos antissemitas ilustram um aumento, no último ano, dos mesmos na França, o país que tem a maior comunidade judaica da Europa.

O número de atos antissemitas disparou 74% na França em 2018, totalizando 541, contra 311 em 2017, segundo cifras publicadas na semana passada pelo Ministério do Interior.

Mas a França não é o único país que enfrenta este problema. A Alemanha também registrou em 2018 um forte aumento de atos antissemitas, com 1.646 registrados, seu nível mais alto em quase dez anos.

Para denunciar esta ascensão, cerca de 70 manifestações foram convocadas nesta terça em toda a França.

Várias personalidades de destaque participaram da marcha parisiense, incluindo os ex-presidentes François Hollande (2012-2017) e Nicolas Sarkozy (2007-2012).

"O antissemitismo não é um assunto dos judeus, é um assunto de todos os franceses", declarou Hollande.

"Chega de suásticas, de insultos", acrescentou o líder do partido conservador Os Republicanos, Laurent Wauquiez, pedindo que sejam tomadas "ações" para punir estes atos.

Emmanuel Macron apresentará seus planos para combater o antissemitismo durante discurso no jantar anual da associação CRIF, que reúne na quarta-feira grupos judaicos franceses.

Mas resistiu aos apelos de alguns legisladores de penalizar as declarações antissionistas que põem em xeque o direito de Israel a existir como nação.


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