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Estado de Minas

Pompeo se reúne em Riad com dirigentes sauditas em visita sensível


postado em 14/01/2019 15:20

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, se reuniu nesta segunda-feira (14) em Riad com o rei Salman e seu herdeiro para preservar a aliança com a Arábia Saudita e, ao mesmo tempo, mostrar algo de firmeza ante o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.

Segundo o secretário de Estado, os dirigentes sauditas "reafirmaram o seu compromisso" de que os responsáveis pelo assassinato de Khashoggi prestarão contas.

"O príncipe herdeiro e o rei Salman reconhecem que é necessário prestar contas (...) Falam de um processo que se desenvolve atualmente e reiteraram o seu compromisso", assinalou Pompeo depois de se reunir com os dois dirigentes sauditas.

Em sua visita anterior, em meio à crise depois do assassinato de Jamal Khashoggi no consulado saudita de Istambul, os sorrisos de Pompeo junto ao príncipe herdeiro causaram certa indignação em Washington.

Este novo encontro politicamente sensível deveria ter ocorrido no domingo, quando Pompeo chegou a Riad no contexto de sua longa viagem regional. Lá, manteve uma inesperada reunião no aeroporto com o ministro saudita das Relações Exteriores, Adel al Jubeir.

Pompeo assegurou após o encontro que Riad continua "trabalhando sobre o processo de estabelecer os atos e os Estados Unidos seguem trabalhando (junto com eles)", acrescentou.

"O que esperamos é muito claro", destacou, evocando um "compromisso contínuo de processar todos que estejam ligados" ao assassinato do jornalista, em 2 de outubro, no consulado saudita de Istambul.

Pompeo assegurou que os sauditas não renunciaram a esse objetivo "desde a primeira vez que falamos sobre o tema".

- Pontos sem esclarecer -

O julgamento dos 11 suspeitos foi aberto em 3 de janeiro na Arábia Saudita e o procurador-geral pediu pena de morte aos cinco acusados. Washington, por sua vez, sancionou 17 responsáveis sauditas.

Mas mais de três meses depois do assassinato, ainda não encontraram o corpo do colaborador do jornal Washington Post, e permanecem pontos sem esclarecer, como a identidade do ou dos instigadores desta operação realizada por um comando de 15 agentes sauditas.

Pressionadas, as autoridades sauditas acabaram admitindo que o jornalista foi drogado e que morreu de overdose. Seu corpo foi esquartejado dentro do consulado. Mas não relacionaram o príncipe herdeiro ao caso.

A morte do jornalista afetou a aliança dos Estados Unidos com o reino, pilar tradicional das alianças regionais de Washington, perturbando a mensagem americana em um momento no qual a administração de Donald Trump tenta forjar uma "coalizão" sólida contra o país que designa como inimigo comum: o Irã xiita.

Embora o Senado americano, controlado pelos republicanos, tenha claramente acusado o príncipe herdeiro de ser responsável pelo assassinato, Washington afirmou que quer manter as relações estratégicas com o reino, "incrivelmente importantes para os americanos".

Os Estados Unidos parecem apressados para virar a páginas, assim como Riad.

- Luta contra o Irã -

Para os Estados Unidos, a Arábia Saudita tem um papel insubstituível em várias questões.

Primeiro, na luta contra Teerã, complicada por vários obstáculos, como a crise entre os sauditas e Catar, outro tema que Mike Pompeo deve abordar em Riad, após fazê-lo ontem em Doha.

A Arábia Saudita participa, com o apoio do Pentágono, da guerra no Iêmen contra os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã. Pressionado nesta frente pelo Senado, que quer acabar com o apoio militar, a diplomacia americana aposta na resolução do conflito após negociações promissoras na Suécia, mas a situação continua tensa no terreno.

Sobre isso, Pompeo denunciou, depois do encontro com o príncipe herdeiro saudita, que os rebeldes huthis, assim como o irã, "não cumprem com o acordado" na Suécia.

Trump também justificou a sua política pelos importantes contratos de armamento americano com o reino.

Donald Trump celebrou nos últimos meses a queda dos preços de petróleo. Mas, desde o início do ano, os preços voltaram a subir, e a Arábia Saudita, primeiro exportador mundial de petróleo, confirmou que queria baixar as suas vendas.

Depois de Riad, Pompeo deve ir a Omã e ao Kuwait, encerrando a viagem de oito dias por nove países. Mas o secretário de Estado cancelou a sua visita ao Kuwait, prevista para terça-feira, a fim de retornar antes do previsto aos Estados Unidos para comparecer a "funerais familiares", explicou seu porta-voz nesta segunda.


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