A Venezuela acusou neste domingo (23) a Guiana de violar sua soberania, ao confirmar que a Marinha venezuelana interceptou dois navios de exploração sísmica que operavam para a transnacional energética americana ExxonMobil com permissão do governo guianês, em uma zona marítima disputada pelos dois países.
Denunciando uma "flagrante violação" da "soberania", a chancelaria venezuelana assegurou em um comunicado que um navio-patrulha divisou neste sábado, em "águas jurisdicionais da Venezuela" os navios Ramform, com bandeira das Bahamas, e Delta Monarch, com bandeira de Trinidad e Tobago, "ambos contratados pela transnacional ExxonMobil", e os obrigou a se retirarem.
Na noite de sábado, a Guiana tinha denunciado a interceptação do navio Ramform Tethys, o que qualificou de um ato "ilegal, agressivo e hostil". Não fez referência ao Delta Monarch.
A chancelaria guianesa também acusou seus vizinhos de violar suas águas territoriais.
A Venezuela, no entanto, assegurou ter agido com "estrito apego aos acordos e tratados internacionais".
Segundo a chancelaria venezuelana, o pessoal das embarcações alegou ter permissão da Guiana para operar.
A Venezuela reivindica a soberania da região do Esequibo, rica em minério e florestas, que abrange uma ampla zona marítima, com importantes recursos petroleiros.
A Guiana, ex-colônia britânica, sustenta que os limites foram estabelecidos em 1899 por um tribunal de arbitragem. Caracas nunca os reconheceu.