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Estado de Minas

Justiça decreta prisão de curandeiro acusado de abusos sexuais


postado em 14/12/2018 16:01

A justiça de Goiás decretou nesta sexta-feira (14) uma ordem de prisão contra o curandeiro espiritual João de Deus, a quem centenas de mulheres denunciam por agressões sexuais, informou à AFP a Secretaria de Segurança do estado.

"Sim, [a ordem] foi decretada", afirmou um porta-voz do organismo, especificando que ainda não tinha ocorrido a detenção do médium, que atende em um famoso centro de consultas em Abadiânia, pequena cidade a 100 km de Brasília.

O Tribunal de Justiça de Goiás não confirmou a ordem, já que o processo tramita em sigilo. O advogado de João de Deus, cujo nome de batismo é João Teixeira de Faria, tampouco respondeu aos telefonemas.

Centenas de mulheres acusam o médium, de 76 anos, de ter abusado sexualmente delas com o pretexto de curá-las de doenças que variavam da depressão ao câncer, com suas "cirurgias sem corte". As denúncias remontam a 2010.

O escândalo veio à tona há uma semana, quando a TV Globo e o jornal O Globo reportaram dez casos, entre eles o da coreógrafa holandesa Zahira Maus, que disse ter sido violentada pelo curandeiro. Outras declararam, sob condição de terem a identidade preservada, que foram obrigadas a masturbá-lo ou fazer sexo oral nele, em sessões de "cura espiritual".

Só o Ministério Público de Goiás, onde fica Abadiânia, recebeu 3330 mensagens com denúncias desde a segunda-feira.

João de Deus defendeu sua inocência em uma rápida aparição na quarta-feira em seu centro de Abadiânia, a única desde que o escândalo veio à tona.

"Eu não tenho culpa!", exclamou o médium de baixa estatura, cara pacífica e olhar penetrante, diante de centenas de pessoas que manifestaram seu apoio com gritos, aplausos e lágrimas, comprovou a AFP.

A fama de João de Deus, muito popular no Brasil, ultrapassou fronteiras há anos. Em 2012, recebeu a visita da estrela da TV americana Oprah Winfrey.

Além disso, os três últimos presidentes brasileiros recorreram a ele: Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016), quando tiveram câncer, e o atual ocupante do cargo, Michel Temer, antes de uma cirurgia de próstata.


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