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Estado de Minas

Governo francês busca respostas após caos durante protestos em Paris

Milhares de manifestantes pessoas participaram nesse sábado dos protestos não só na capital mas diversas cidades do país


postado em 02/12/2018 15:01 / atualizado em 02/12/2018 15:31

(foto: Abdulmonam EASSA / AFP)
(foto: Abdulmonam EASSA / AFP)

O governo francês procurava, neste domingo (2), como superar a crise provocada pelos distúrbios inéditos que agitaram Paris no dia anterior durante durante os protestos dos "coletes amarelos", mas o presidente Emmanuel Macron preferiu manter o silêncio.


"O presidente da República não vai falar hoje", informou o Palácio do Eliseu, após a reunião de crise que ele presidiu com o primeiro-ministro Edouard Philippe, o ministro do Interior Christophe Castaner e "autoridades competentes".


Mas ele pediu ao primeiro-ministro que receba "os líderes dos partidos representados no Parlamento, bem como representantes dos manifestantes".


Antes disso, o presidente foi ao Arco do Triunfo, famoso monumento parisiense que sofreu danos no sábado durante o terceiro dia de mobilização dos "coletes vermelhos".


Um total de 136.000 pessoas participaram no sábado dos protestos em toda a França.


A violência deixou 263 feridos em todo o país, incluindo 133 na capital, enquanto 378 pessoas foram detidas, segundo um balanço oficial divulgado neste domingo. Sua escala, inédita em Paris nas últimas décadas, levou Edouard Philippe a cancelar sua viagem à Polônia para a cúpula climática da COP24.


O Senado francês também anunciou neste domingo que convocou para terça-feira os dois ministros da segurança para "explicações sobre os meios estabelecidos pelo ministério do Interior" no sábado.


Sábado à noite, enquanto veículos queimavam no coração de Paris, lojas eram saqueadas e barricadas erguidas entre opulentos edifícios.


Emmanuel Macron acusou manifestantes violentos de quererem apenas o "caos". Seu ministro do Interior, Christophe Castaner, não descartou a possibilidade de estabelecer estado de emergência para evitar um novo surto de violência no próximo final de semana.


Segundo o presidente, os distúrbios "nada têm a ver com a expressão do descontentamento legítimo" dos "coletes amarelos", um movimento social de franceses modestos que inicialmente se opunha ao aumento do preço dos combustíveis, e que depois se expandiu para o problema do poder de compra, e que acusa o governo de Emmanuel Macron de tratá-los com desprezo e intransigência.


Após a violência de sábado, dia também marcado por manifestações e confrontos nas províncias, algumas vozes do poder sugeriram que haverá mudanças, pelo menos na forma, da ação governamental.


"Pecamos por estarmos muito distantes da realidade dos franceses", declarou o novo líder do partido de Macron LREM (A República em Marcha), Stephane Guerini.


Sábado à noite, Castaner reconheceu que o governo "se ateve a discutir a necessidade de abandonar o petróleo", já que a explosão da ira popular foi devido a um projeto de imposto sobre o combustível destinado a financiar a transição ecológica.


Mas a oposição e parte dos "coletes amarelos", movimento sem estrutura nem líder claro, reclamam um forte gesto ao governo, começando com uma moratória ou um congelamento no aumento dos impostos sobre os combustíveis.


À direita, o presidente do partido Republicanos, Laurent Wauquiez, reiterou seu apelo à organização de um referendo sobre a política ecológica e fiscal de Emmanuel Macron. Marine Le Pen (extrema direita) pediu para ser recebida por Macron com os outros líderes dos partidos políticos da oposição.


À esquerda, o líder dos socialistas, Olivier Faure, exigiu medidas voltadas para o poder de compra.


Jean-Luc Mélenchon, líder da esquerda radical, pediu o restabelecimento do imposto sobre as grandes fortunas, enquanto aplaudiu "a insurreição cidadã" que "faz tremer o mundo do dinheiro".


Diante das reivindicações, o governo anunciou medidas de auxílio (verificações de energia, bônus de conversão), mas descartou qualquer mudança de direção. Neste domingo, seu porta-voz, Benjamin Griveaux, reiterou essa posição, "porque o curso é o certo".


Diante da dificuldade de canalizar para uma estrutura de negociação um movimento popular nascido fora de qualquer estrutura, Griveaux lembrou a disposição do governo em dialogar, assegurando que o Executivo está "pronto" para discutir com representantes de "coletes amarelos".


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