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Estado de Minas

México inicia histórica alternância com esquerdista López Obrador


postado em 01/12/2018 15:06

O México terá um presidente de esquerda pela primeira vez em sua história recente, a partir deste sábado (1), quando a posse de Andrés Manuel López Obrador (AMLO) se converter em uma "celebração" para muitos, ainda que em meio a um crescente nervosismo dos mercados e uma maior polarização política.

O Legislativo mexicano abriu por volta das 09h00 locais (13h00 de Brasília) a sessão do Congresso geral, com a presença de senadores e deputados que, em duas horas, receberão primeiro o a partir de hoje ex-presidente Enrique Peña Nieto e depois López Obrador.

López Obrador saiu de sua casa em um autêntico tumulto de partidários. Continuará vivendo ali como presidente, quebrando uma tradição de mais de sete décadas de usar a residência oficial de Los Pinos, localizada na floresta de Chapultepec da capital e que a partir deste sábado se torna um museu.

"Senhor presidente, confiamos em você", dizia um cartaz de um homem do lado de fora da casa de AMLO.

A cidade vivia esta manhã de sábado de maneira habitual e, diferentemente das últimas transferências de poder, nos quais foram mobilizados grupos antimotins, que chegaram a usar gás lacrimogêneo contra manifestantes, o número de seguranças ao redor do Congresso era menor.

Cerca de 900 personalidades, entre elas uma longa lista de chefes de Estado e presidentes, assistem a cerimônia de posse de López Obrador ante o Congresso mexicano, em sua terceira tentativa de chegar à presidência, com 53% dos votos.

Em suas campanhas políticas, o esquerdista de 65 anos prometeu combater a pobreza, acabar com a corrupção e os privilégios da classe política e lutar contra a crescente violência ligada ao crime organizado.

Mas um dos problemas mais urgentes que herda é a caravana de milhares de migrantes centro-americanos parada na fronteira com os Estados Unidos que espera receber asilo nesse país.

No domingo, o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, e seu colega americano, Mike Pompeo, se reunirão em Washington para abordar a questão.

- 'Quarta Transformação' -

Os presidentes de Venezuela, Nicolás Maduro; Bolívia, Evo Morales; o vice-presidente americano, Mike Pence; Ivanka Trump, assessora da Casa Branca e Kirstjen Nielsen, secretária do Departamento de Segurança Interna desse país, são convidados à posse.

Contudo, segundo a imprensa, Maduro estava quase três horas atrasado.

Após a sua posse, AMLO receberá de representantes indígenas no Zócalo da Cidade do México - o centro do que foi a grande Tenochtitlán asteca - o bastão de comando, uma vara de madeira da árvore ahuehuete de 80 centímetros, símbolo do respeito e compromisso com os povos originários.

Antes, o presidente participará de uma "cerimônia de purificação e consagração" realizada por xamãs com flores e fumaça de copal.

O Zócalo também será sede da "Celebração Cultural pelo Início da Quarta Transformação", como AMLO tem chamado a sua gestão, que considera a continuação dos grandes momentos históricos do país: A Independência (1810-1821), A Reforma (guerra entre liberais e conservadores de 1858 a 1861) e A Revolução (1910-1917).

Espera-se que milhares de pessoas assistam ao também chamado "AMLO Fest", um festejo animado pela popular banda porto-riquenha "Calle 13", entre outros.

- Militares convertidos em guias -

A 10 quilômetros da AMLO Fest, os mexicanos entrarão pela primeira vez, e sem restrições, na residência oficial de Los Pinos, onde López Obrador se negou a morar, como fizeram 13 presidentes antes dele.

AMLO disse, ironicamente, que a residência "está amaldiçoada".

E os militares que a protegem desempenharão o papel de guias de turismo improvisados do agora espaço cultural.

A decisão de López Obrador faz parte de suas promessas de acabar com a corrupção e os luxos desnecessários na administração pública.

Seus críticos temem que seu governo se torne radical e autoritário, e o mundo dos negócios está particularmente tenso. A Bolsa mexicana e a moeda sofreram fortes quedas desde a eleição.

O ex-prefeito da capital conta com um sólido apoio popular, com uma aprovação por volta dos 60%, apesar de, segundo o jornal El Universal, ter perdido nove pontos em três meses.

Organismos de defesa dos direitos humanos o criticaram por sua intenção de criar uma guarda nacional sob o comando do Exército para combater o narcotráfico quando havia se comprometido a retirá-lo das ruas.


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