O presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, encerrou nesta quinta-feira a suspensão do Parlamento, que se reunirá na próxima segunda-feira e pode ser consultado sobre o confronto entre os dois primeiros-ministros que disputam o poder.
O país tem de fato dois primeiros-ministros rivais desde sexta-feira da semana passada, quando o chefe de Governo Ranil Wickremesinghe foi destituído de modo surpreendente. Ele denuncia seu afastamento como inconstitucional e se aferra ao poder.
"Aconteceram negociações entre o presidente do Parlamento e o presidente ontem (quarta-feira) à noite. Isto é um compromisso", declarou à AFP uma fonte que participa no processo e que pediu anonimato. No momento não está claro se os deputados organizarão na segunda-feira um voto de confiança.
Ranil Wickremesinghe quer uma sessão de emergência no Parlamento para demonstrar que ainda conta com o apoio da maioria, mas as atividades na Câmara haviam sido suspensas pelo presidente até 16 de novembro.
No sábado, Sirisena nomeou como primeiro-ministro seu antecessor, o autoritário Mahinda Rajapakse, que governou o Sri Lanka com mão de ferro entre 2005 e 2015. Ele acabou em 2009 com os combates entre a minoria tâmil e a maioria cingalesa, após um banho de sangue.
Rajapakse já anunciou um governo próprio e seus partidários assumiram o controle dos meios de comunicação públicos do país, de 21 milhões de habitantes e maioria budista.
Dezenas de milhares de simpatizantes de Ranil Wickremesinghe organizaram um protesto na terça-feira diante de sua residência oficial em Colombo, onde ele vive entrincheirado desde o início da crise política, apesar das ameaças de expulsão pelos militares.
O presidente do Parlamento afirmou na segunda-feira que temia um "banho de sangue" caso os congressistas não fossem consultados sobre a questão.