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Estado de Minas

Haddad denuncia 'complô' de Bolsonaro por bombardeio de 'fake news'


postado em 18/10/2018 18:23

O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, acusou nesta quinta-feira (18) o seu adversário do PSL, o capitão da reserva Jair Bolsonaro, favorito nas pesquisas a vencer o segundo turno de 28 de outubro, de estar por trás de um "complô com dinheiro sujo" para vencer a eleição, mediante um bombardeio maciço de notícias falsas pelo WhatsApp.

A polêmica coloca o Brasil no radar de possíveis manipulações eleitorais através das redes sociais, como já aconteceu com a eleição presidencial nos Estados Unidos, com o referendo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit), ou com o plebiscito sobre o acordo de paz na Colômbia.

Haddad fez essas declarações após as revelações do jornal Folha de S.Paulo sobre empresas que compraram serviços para disparar mensagens em massa a favor de Bolsonaro antes do primeiro turno, em 7 de outubro.

"Nós calculamos em centenas de milhares as mensagens encaminhadas para os eleitores, todas falsas, para orientar o voto na direção do meu adversário", declarou Haddad em entrevista coletiva em São Paulo.

Uma campanha similar estaria sendo preparada para a semana que vem, antes do segundo turno.

"Em qualquer lugar do mundo isso seria um escândalo de proporções avassaladoras, poderia (acontecer) até a impugnação da candidatura", enfatizou o presidenciável.

O ex-prefeito de São Paulo anunciou que transmitiria à Justiça eleitoral os "indícios" de manipulação de votos e que apresentaria o caso à Organização dos Estados Americanos (OEA), sugerindo a possibilidade de um recurso de anulação da candidatura de Bolsonaro.

Segundo Haddad, o bombardeio de mensagens por WhatsApp feito por empresas que apoiam Bolsonaro configura vários delitos no Brasil, onde o financiamento empresarial de campanhas eleitorais é proibido.

- Bolsonaro alega desconhecimento -

A campanha de Bolsonaro afastou de qualquer responsabilidade o capitão do Exército na reserva na suposta trama, alegando desconhecimento.

"Não é razoável que em qualquer manifestação ele (Bolsonaro) tenha que ter responsabilidade. Teria que ter muito dinheiro para vigiar" a conduta de todos os apoiadores, disse Tiago Ayres, advogado do candidato, ao jornal Valor Econômico.

O candidato, por sua vez, tuitou: "O PT não está sendo prejudicado por 'fake news', mas pela VERDADE".

E o acusou de sempre ter feito "política comprando consciência", fazendo alusão aos casos de corrupção que colocaram na prisão vários de seus dirigentes, incluindo seu líder histórico, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As redes sociais têm tido um papel-chave na campanha de Bolsonaro. O grande favorito para substituir Michel Temer na presidência conta com pouco mais de 14 milhões de seguidores em Facebook, Twitter e Instagram, enquanto Haddad soma 2,8 milhões.

O WhatsApp é um aplicativo de mensagens muito popular no país, com 120 milhões de usuários.

Em um comunicado à imprensa, a empresa assegurou que bloqueou "centenas de milhares" de contas durante o período eleitoral e que investigará as denúncias da Folha de S.Paulo.

- 'Dinheiro sujo' -

Com uma grande diferença nas pesquisas, Haddad assegurou que já havia detectado "uma campanha de calúnia" no WhatsApp apoiada com "dinheiro sujo", mas que agora tem informações de que se trata de algo de grandes proporções.

"Queremos uma investigação (...) O número de recursos e o número de empresários envolvidos neste complô é muito grande. Temos informações de que 156 empresários estão envolvidos", afirmou.

Segundo a investigação da Folha, várias empresas financiaram o envio de milhões de mensagens em pacotes que chegaram a custar até 12 milhões de reais.

Sem o apoio de um partido forte, Bolsonaro venceu no primeiro turno com 46% dos votos, contra os 29% de Haddad, e é amplamente favorito para o segundo turno, com 59% das intenções de voto, diante dos 41% para Haddad, segundo a última pesquisa Ibope.

Além disso, esta pesquisa mostrou pela primeira que o índice de rejeição a Haddad superou o de Bolsonaro, conhecido por suas declarações misóginas, homofóbicas e racistas, e sua justificativa da ditadura militar (1964-1985).

O diretor do Datafolha, Mauro Paulino, afirmou no Twitter que a pesquisadora detectou um "movimento" das tendências antes do primeiro turno.

"As pesquisas evidenciaram os movimentos de última hora da opinião pública. É apenas uma constatação técnica e factual, sem inferências", afirmou.


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