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Estado de Minas

Bolsonaro enfrenta as primeiras turbulências na corrida presidencial


postado em 10/10/2018 18:54

O candidato de ultradireita Jair Bolsonaro sofreu nesta quarta-feira (10) as primeiras turbulências em sua trajetória favorável neste segundo turno eleitoral, com os mercados reagindo a suas mudanças de opinião e com as denúncias de violência a eleitores de esquerda.

Apenas dois dias depois de celebrar com fortes altas o resultado do primeiro turno (no qual Bolsonaro obteve 46% dos votos, contra 29% de seu adversário Fernando Haddad), o flerte dos investidores com o ex-capitão do exército sofreu sua primeira crise a 18 dias do segundo turno.

Às 16H30, a Bolsa caía 2,65% e o dólar subia 1,32% em relação ao real. Na noite de terça-feira, Bolsonaro reformulou algumas linhas do plano econômico elaborado por seu guru liberal Paulo Guedes.

Em entrevista à rede Bandeirantes, Bolsonaro adiantou que descarta privatizar a Eletrobras e deixou no ar a reforma da previdência, considerada essencial pelos mercados.

O candidato do Partido Social Liberal (PSL) advertiu, ainda, que não está disposto a deixar alguns setores nas mãos de capitais chineses, cujos investimentos aumentaram consideravelmente nos últimos anos.

"Quando você vai privatizar, você vai privatizar para qualquer capital do mundo? A China não está comprando no Brasil, ela está comprando o Brasil. Você vai deixar o Brasil na mão do chinês?", disse Bolsonaro, desatando a queda as ações da Eletrobras.

Nesta quarta-feira, a situação ficou ainda mais conturbada com a notícia de que o Ministério Público Federal abriu uma investigação contra seu assessor econômico, o neoliberal Paulo Guedes, por suspeitas de fraude com fundos de pensão de empresas estatais.

- 'Escalada de violência' -

As más notícias, entretanto, não pararam aí. Durante o dia as denúncias de atos de violência contra eleitores de esquerda ganharam força.

No domingo, um respeitado mestre de capoeira morreu vítima de facadas depois de ter expressado seu voto no candidato do PT Fernando Haddad. O assassinato teve causou indignação e artistas, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, prestaram homenagens. Bolsonaro, que na terça-feira tratou o caso com pouca ênfase, voltou a se manifestar.

"Em entrevista, lamentei e pedi para que eleitores não pratiquem violência. Os jornais publicaram apenas uma fala isolada para manipular a opinião pública. Esqueceram que quem levou uma facada por motivações políticas fui eu", afirmou nesta quarta-feira pelo Twitter a seus 1,72 milhão de seguidores.

Com a declaração, Bolsonaro buscou se posicionar em relação à declaração de Haddad em uma entrevista coletiva com a imprensa estrangeira em São Paulo.

"Tivemos um assassinato na Bahia por razões políticas e o candidato disse que sentia muito, mas que não podia fazer nada (...). Também há médicos que deixam de atender pacientes com uma visão contrária politicamente, mulheres que foram agredidas no metrô do Rio... essa escalada de violência tem que parar", afirmou enumerando mais denúncias.

- Distância -

O grande receio de Haddad é não poder debater com Bolsonaro, que não teve alta médica para se dedicar aos compromissos de campanha, como os debates, mas que tem concedido várias entrevistas televisionadas.

Hadda garante que está disposto a tudo para debater as propostas de governo.

"Eu vou na enfermeira que ele quiser, não tem problema, os brasileiros precisam saber a verdade. Se tem fake news, vamos tratar isso como adultos. Eu não tenho problema com nenhum tema, não estou fazendo criancice na internet, contando com a boa fé das pessoas que são crédulas", afirmou Haddad depois de ficar sabendo que o ex-capitão do Exército não comparecerá ao debate previsto para esta quinta-feira.

Entretanto, a situação do ex-ministro da Educação é crítica. Até agora, somente o PSB lhe deu apoio explícito para o segundo turno. O PDT de Ciro Gomes, que ficou em terceiro lugar no domingo, com 12,47% dos votos, anunciou nesta quarta que dará um "apoio crítico" a Fernando Haddad a fim de "evitar a vitórias das forças mais reacionárias e atrasadas do Brasil e a derrocada da democracia".

"Se nós conseguimos congregar esses partidos progressistas, estaremos dando um recado importante para o país de que há muita coisa em risco", afirmou Haddad, que espera fechar mais alianças nesta primeira semana de campanha.

Na corrida para conquistar o centro, Haddad continuou com sua operação de se dissociar da imagem de Lula. Depois de deixar claro que não visitará mais o ex-presidente na prisão, sua campanha modificou nesta quarta as cores de seu logotipo, abandonando o tradicional vermelho do partido para adotar as cores da bandeira do Brasil.


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