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Estado de Minas

Filipinas apostam tudo na geotermia para recuperar o tempo perdido


postado em 10/10/2018 17:24

Dezenas de vulcões nas Filipinas são uma verdadeira mina de ouro energética devido ao calor que contêm. Manila pretende usar isso para impulsionar o setor geotérmico e reduzir sua dependência das energias fósseis.

Graças à sua posição no "Círculo de fogo do Pacífico", uma zona de intensa atividade sísmica, o arquipélago foi durante algum tempo um dos grandes produtores de energia geotérmica, mas o setor está há anos deprimido por falta de investimentos e negligência.

Isso poderia mudar com os novos projetos destinados a explorar uma das maiores reservas de calor vulcânico do mundo e permitir às Filipinas prescindir do carvão para a metade da eletricidade que produz.

"É uma evolução excitante", descreve à AFP Enrique Núñez, diretor da ONG Conservation International. "Em um ambiente onde o carvão é rei, isso é uma coisa boa".

Em Maibarara, uma hora ao sul de Manila, tubos metálicos brilhantes emitem um vapor espesso e esbranquiçado em uma colina. É uma das fábricas renovadas recentemente.

O princípio é simples: o vapor de água em altíssima temperatura extraído das profundezas da Terra sobe para alimentar turbinas que produzem energia.

"Não há fumaça", destaca o gestor Paul Elmer Morala. "Pode haver um pouco de barulho mas os vizinhos não se queixam".

Durante anos, os filipinos foram o segundo produtor mundial de energia geotérmica - atrás dos Estados Unidos - graças a projetos implementados nos anos 1970 e 1980 para combater a crise do petróleo.

Nas últimas décadas, no entanto, o arquipélago optou pelo carvão para alimentar sua expansão econômica, por ser mais barato e fácil de explorar.

Desde 2002, a quantidade de energia procedente da geotermia se manteve mais ou menos constante, enquanto a das usinas de gás ou carvão triplicou. No início de 2008, inclusive perdeu o segundo posto no pódio da geotermia para a Indonésia.

- "Muito arriscado" -

Em junho, o governo filipino autorizou novos contratos de exploração.

"O objetivo é, obviamente, aumentar as capacidades existentes", declarou à AFP Ariel Fronda, responsável do departamento de energias renováveis do Ministério da Energia filipino. "Há muito interesse pelas energias renováveis".

Os sete campos geotérmicos filipinos fornecem cerca de 12% da energia usada no arquipélago, e o projeto é dobrar esse índice até 2040.

O país possui a quinta maior reserva do mundo, depois dos Estados Unidos, Indonésia, Japão e Quênia.

Identificar estes recursos é muito caro. Cada poço de exploração custa até oito milhões de dólares e não há garantia de êxito.

"A geotermia é muito arriscada", explica Fronda. O governo exige, para cada projeto de exploração, a construção de dois poços para estimar com mais precisão as reservas do lugar.

Filipinas continua sendo um dos grandes países no setor da geotermia, afirma David Livingston, especialista em energias renováveis no grupo de reflexão Atlantic Council.

O Círculo de fogo do Pacífico é uma das zonas com mais terremotos e erupções vulcânicas do mundo.


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