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Estado de Minas

Cineasta ucraniano Oleg Sentsov anuncia fim de sua greve de fome


postado em 05/10/2018 15:12

O cineasta ucraniano Oleg Sentsov, preso na Rússia, anunciou nesta sexta-feira (5) o fim de sua greve de fome, alegando que quis evitar ser alimentado a força, após mais de quatro meses de protesto.

"Fui obrigado a parar minha greve de fome esta manhã, 6 de outubro de 2018", declarou Sentsov, de 42 anos e natural da península ucraniana da Crimeia, anexada pela Rússia, em um comunicado enviado à imprensa.

"Devido a situação crítica de meu estado de saúde e o aparecimento de mudanças patológicas em meus órgãos, eles começariam a me alimentar de forma forçada", explicou o cineasta, que está preso na colônia penitenciária de Labytnangui, no extremo norte da Rússia.

A última foto do cineasta, divulgada no sábado pelo serviço penitenciário russo, mostra um médico auscultando Sentsov. O cineasta de 42 anos, que tem 1,90 metro de altura, parece fragilizado e magro na imagem.

"Minha opinião já não é levada em conta", acrescentou Oleg Sentsov em sua carta.

Depois de "145 dias de luta, 20 kg a menos e um corpo quebrado, o objetivo não foi alcançado", lamentou o cineasta ucraniano.

"Agradeço a todos os que me apoiaram e peço perdão aos que deixei", concluiu Sentsov, que finaliza a sua mensagem com um "Glória à Ucrânia"!.

Mais cedo, o diretor adjunto da administração penitenciária russa havia anunciado o fim da greve de fome.

"Acabou com a greve de fome", declarou Vitali Maximenko, em referência a Sentsov. O cineasta é contrário à anexação da Crimeia pela Rússia e está na prisão por acusações de "terrorismo" e "contrabando de armas".

"Os melhores nutricionistas de Moscou prepararam um regime especial para o fim de sua greve de fome", completou, antes de afirmar que o cineasta "escolheu a vida".

Oleg Sentsov havia iniciado uma greve de fome em 14 de maio para exigir a libertação de todos os "prisioneiros políticos" ucranianos detidos na Rússia.

Detido na Crimeia depois da anexação da península pela Rússia em 2014, Sentsov foi condenado a 20 anos de prisão após um julgamento chamado de "stalinista" pela Anistia Internacional e denunciado por Kiev, União Europeia e Estados Unidos.

Apesar das declarações alarmistas de seus parentes sobre o estado de saúde, o Kremlin repetiu diversas vezes que um perdão presidencial só poderia ser concedido por pedido do prisioneiro, o que Sentsov se recusou a fazer.

Rússia e Ucrânia enfrentam uma crise desde a chegada ao poder em 2013-2014 de um governo pró-Ocidente em Kiev, seguido pela anexação da Crimeia e por uma guerra secessionista no leste ucraniano que deixou mais de 10.000 mortos.


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