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Estado de Minas

Macron e Trudeau afirmam apoio a 'multilateralismo forte' antes do G7


postado em 06/06/2018 22:00

O presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmaram nesta quarta-feira (6) seu apoio a um "multilateralismo forte", dois dias antes da cúpula do G7, que deve ser dominada pelas agressivas políticas comerciais do presidente americano, Donald Trump.

Demonstrando uma frente unida, os dois dirigentes destacaram, em um comunicado, sua vontade "de apoiar um multilateralismo forte, responsável, transparente para enfrentar os desafios mundiais".

Segundo indicado na agenda, Trudeau e Macron manterão conversações formais e um jantar privado nesta quarta, antes de coletiva de imprensa conjunta na primeira hora de quinta.

É provável que estes diálogos se centrem na decisão de Trump, na semana passada, de impor tarifas alfandegárias punitivas às importações de aço e alumínio de seus aliados mais próximos, inclusive Canadá, União Europeia (UE) e Japão.

Em resposta, todos decidiram apelar à Organização Mundial do Comércio (OMC) e impuseram - ou ameaçaram impor - suas próprias tarifas sobre bens americanos, em represália.

Tanto Trudeau quanto Macron tentaram persuadir Trump a desistir da medida.

"Haverá discussões francas e em ocasiões difíceis na mesa do G7, particularmente com o presidente americano sobre comércio, sobre tarifas alfandegárias", disse o primeiro-ministro canadense a jornalistas.

Sua reunião privada com Macron - antecipou - "será uma oportunidade para falar das relações entre Canadá e França, que vão muito bem, mas também para destacar (...) os desafios que vamos enfrentar no G7, a fim de nos assegurarmos estar no mesmo tom".

- Ordem econômica "atacada" -

A UE e o Canadá haviam sido retirados da lista de países afetados pela tarifação ao aço e ao alumínio, mas Trump pôs fim a essa exceção na semana passada.

Desde então, Trudeau, Macron e outros líderes europeus elevaram o tom, lamentando o que veem como um crescente protecionismo americano.

"A ordem econômica mundial está sendo atacada", comentou o ministro canadense de Comércio Exterior, François Philippe Champagne.

Em Washington, o assessor econômico de Trumo, Larry Kudlow, qualificou a disputa comercial de uma "briga familiar", que "se pode resolver", mas esclareceu que seu governo fará "o que for necessário para proteger os Estados Unidos, seus negócios e sua força de trabalho".

Macron, que estabeleceu um inesperado vínculo com Trump, negou-se a catalogar sua última conversa com o líder americano, mas fontes da Casa Branca vazaram à imprensa que foi "terrível".

Ainda assim, o líder francês se comprometeu a ter uma "discussão produtiva e franca com o presidente Trump no G7".

Enquanto isso, Trudeau, que tem sido cordial com Trump, disse em março ter recebido garantias de que o Canadá seria isentado das medidas alfandegárias.

Mas tudo mudou com o anúncio da semana passada e Trudeau reagiu, taxando o equivalente a 12,9 bilhões de dólares em bens americanos.

Washington e Ottawa também estão estagnados nas negociações sobre o futuro de seu Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), que inclui o México.

O Canadá rejeitou "por enquanto" uma proposta da Casa Branca para fazer novos acordos comerciais em separado com o Canadá e o México.

Trudeau e Macron se veem como aliados naturais em um mundo cada vez mais configurado pelo nacionalismo de direita. Esse vínculo só deve aumentar antes do G7 em Quebec.

Segundo declaração conjunta, os dois líderes estabeleceram a criação de um grupo de trabalho internacional para promover a pesquisa em inteligência artificial, assim como uma nova aliança de defesa.

O Conselho franco-canadense para a cooperação no tema da defesa se reunirá no fim do ano e tentará impulsionar a cooperação entre as respectivas forças armadas, inclusive a realização de operações militares conjuntas e a associação em missões da ONU.

- Foco no comércio -

A cúpula do G7, sexta e sábado em La Malbaie, pequeno povoado a 140 km de Quebec, reunirá os líderes de Grã-Bretanha, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos.

Trudeau esperava colocar o foco no emprego, em preocupações de segurança, na limpeza dos oceanos e no empoderamento das mulheres, mas funcionários admitiram ser provável que a agenda das sete maiores economias do mundo seja dominada pelas disputas comerciais.

"Penso que é justo esperar que qualquer discussão sobre a economia global (...) no ambiente atual vire rapidamente uma discussão sobre o comércio", disse um alto funcionário canadense.

Os outros seis membros do G7 esperam encontrar um terreno comum com Trump, mas estão preparados para enfrentar o protecionismo americano.


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