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Estado de Minas

Nicarágua, mergulhada na violência, enterra seus mortos


postado em 01/06/2018 14:42

A Nicarágua, sacudida por violentos choques nos protestos contra o governo que já deixaram mais de cem mortos, enterrou nesta sexta-feira 16 pessoas mortas nas últimas 48 horas.

Uma das vítimas, Orlando Córdoba, um estudante de 14 anos, foi atingido por uma bala no setor da Universidade Centro-americana (UCA) quando participava em uma marcha de solidariedade pelos mortos nos protestos antigovernamentais.

Esses confrontos são os mais violentos da capital e elevam para 100 o número de mortos desde o começo dos protestos no dia 18 de abril.

Durante os incidentes de quarta também foram queimadas instalações da emissora do governo Radio Ya e uma cooperativa de crédito rural. A fachada do estádio nacional de beisebol foi destruída.

Também foram atacados o canal opositor 100% Noticias e os estúdios de transmissão da também opositora radio Darío, em León, segundo seus proprietários.

Em comunicado, o governo afirmou que esses atos obedecem a grupos de oposição com "agendas políticas específicas" que buscam "aterrorizar" a população, no que chamou de "conspiração".

A Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN) anunciou que não retomará o diálogo em busca de uma saída para crise no país enquanto "o povo continuar sendo reprimido e assassinado".

O enterro das últimas 16 vítimas foi marcado por manifestações de muita dor, o que a Aliança Cívica, que agrupa opositores, classificou como o pior massacre desde o início da onda de protestas em 18 de abril.

A Comissão Interamericana de Derechos Humanos (CIDH), por sua vez, pediu ao governo da Nicarágua proteção para o bispo auxiliar de Manágua, Silvio José Báez, um dos mais críticos de Daniel Ortega e membro da comissão de mediação no diálogo entre governo e oposição.

O secretário geral da OEA, Luis Almagro, também pediu na quinta-feira ao governo Ortega que pare com a repressão a seus opositores.

"Condenamos os assassinatos cometidos ontem pelas forças repressivas e pelos grupos armados e nos solidarizamos com os familiares das vítimas. Pedimos ao Estado que detenha a violência desses fatores repressivos", disse Almagro em um vídeo publicado no site da Organização dos Estados Americanos (OEA).


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