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Estado de Minas

Começam as negociações para formação de governo no Iraque


postado em 15/05/2018 11:12

O líder nacionalista xiita Moqtada al-Sadr iniciou negociações para a formação de um novo governo no Iraque após as eleições legislativas que demonstraram uma forte rejeição à classe política, que permanece paralisada desde a queda de Saddam Hussein em 2003.

Os iraquianos, após uma abstenção recorde no sábado e com os poucos eleitores que compareceram às urnas optando por duas listas de candidatos à margem da política, enviaram uma mensagem clara: o país precisa de mudança, novos rostos no poder.

A lista de Moqtada al-Sadr, aliada aos comunistas, venceu, de acordo com resultados quase definitivos, seguido pela lista dos ex-membros da Hashd al-Shaabi, milicianos que tiveram papel crucial na luta contra os extremistas.

Moqtada al-Sadr parece, portanto, em boa posição para decidir a forma que terá o próximo governo.

"Se queremos mudar as coisas, o primeiro-ministro tem que sair da 'Marcha para as reformas'", a lista que ele lidera", afirmou à AFP Salah Jamal, de 24 anos, no bairro de Sadr City, reduto do movimento de Sadr em Bagdá.

Para impedir qualquer possibilidade de retorno da ditadura, o Iraque elaborou um complexo sistema para dividir o Parlamento.

Por este motivo, após cada eleição legislativa acontecem longas negociações para a formação da maioria governamental. As listas mais votadas já foram esnobadas no passado pelo equilíbrio de forças dos grupos parlamentares.

As novas negociações devem ser ainda mais complicadas, já que as duas potências presentes no Iraque, Estados Unidos e Irã, se enfrentam em outra questão, depois que Washington decidiu abandonar o acordo nuclear com Teerã.

Além disso, a personalidade e a trajetória de Moqtada al-Sadr preocupam tanto Washington como Teerã.

Os americanos recordam sua poderosa milícia, contra a qual lutaram após a invasão do Iraque em 2003.

Os iranianos não esquecem as posições antagônicas que este descendente de líderes religiosos, respeitados opositores, assumiu regularmente, como sua visita à Arábia Saudita, inimiga do Irã.

Em 2014, o atual primeiro-ministro Haider al-Abadi chegou ao cargo porque Estados Unidos e Irã chegaram a um acordo sobre este político xiita que estudou na Grã-Bretanha.

A situação hoje é diferente. De acordo com fontes políticas, os iranianos já iniciaram encontros com diferentes partidos iraquianos para opor-se a Sadr.

Uma das possíveis alianças é a de Abadi com Hadi al-Ameri, líder da poderosa organização Badr, apoiada e armada pelo Irã, e Nuri al-Maliki, seu antecessor como primeiro-ministro, que para muitos iraquianos representa a classe política corrupta e hermética que denunciam frequentemente.

Esta onda de descontentamento popular a respeito dos políticos favoreceu Moqtada al-Sadr, arauto das manifestações semanais contra a corrupção organizadas em 2015.


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