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Estado de Minas

Legalizar maconha no Canadá terá efeito bola de neve, diz primeiro-ministro

Permissão para produção, comerciazliação e consumo da droga no país começa no segundo semestre deste ano


postado em 11/05/2018 11:00 / atualizado em 11/05/2018 11:28

(foto: Miguel Rojo/AFP)
(foto: Miguel Rojo/AFP)

A legalização da maconha no Canadá, que se tornará efetiva "no verão (hemisfério norte)", é observada de perto pelos aliados de Ottawa que poderão segui-la rapidamente - declarou o primeiro-ministro Justin Trudeau em entrevista exclusiva à AFP.


Promessa de campanha, a medida fará do Canadá o primeiro país do G7 a autorizar a produção, a comercialização e o consumo dessa droga, cinco anos depois do Uruguai, primeiro Estado do mundo a fazê-lo.


O Senado canadense deve adotar uma versão final do projeto de lei no início de junho para que entre em vigor "durante o verão (boreal)", segundo o premiê.


"Há muito interesse dos nossos aliados pelo que estamos fazendo. Eles reconhecem que o Canadá está percorrendo um caminho audacioso (...) e reconhecem nossa honestidade, quando aceitamos que o sistema atual não funciona para impedir que os jovens tenham um fácil acesso à maconha", garantiu, a um mês da cúpula de chefes de Estado e de Governo do G7 no Canadá.


"Em muitos países, entre eles o Canadá, é mais fácil (para um menor de idade) comprar um baseado do que comprar uma cerveja. Isso não tem nenhuma lógica! E, além disso, é uma terrível fonte de receita para o crime organizado", continuou.


Seu governo liberal considera que, "ao controlar e regulamentar a venda da maconha, poderemos proteger melhor nossas comunidades, nossos jovens", explica.


"Os aliados, com os quais temos falado, estão interessados em ver como isso vai acontecer (...) antes de se aventurar", destacou Trudeau, sem especificar os países, aos quais se refere.


"Se funcionar bem, e eu espero que funcione bem, me surpreenderia se levassem muito tempo para considerar que o modelo pode funcionar para eles", afirmou.


Uma vez que o governo federal tenha legalizado a maconha, províncias e territórios terão a tarefa de organizar sua comercialização. Ontário e Québec, que representam mais de dois terços da população canadense, já preveem um marco regulatório estrito nas mãos de empresas públicas especializadas.


Em termos de valor, a produção da "indústria de cannabis iguala a da indústria de cerveja" e é "maior do que a indústria do cigarro", segundo números oficiais que estimam em 5,7 bilhões de dólares canadenses (cerca de US$ 4,4 bilhões) os gastos dos canadenses com maconha em 2017.


Educação das mulheres


Na mesma entrevista, o premiê disse ainda que o Canadá quer aproveitar a cúpula do G7 para lançar ações concretas a favor da educação das mulheres em zonas de crise.


Os dirigentes dos sete países mais industrializados (Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Japão e Canadá) se reúnem em 8 e 9 de junho na região de Charlevoix, em Québec.


Entre os grandes temas internacionais - a questão nuclear iraniana, o conflito na Síria, a Coreia do Norte, ou as tensões comerciais -, o premiê canadense quer mobilizar seus colegas em torno da igualdade de gênero, com a criação de um conselho consultivo sobre o tema no G7.


"A paridade, a defesa dos direitos da mulher, a inclusão das minorias LGBT e outras em uma sociedade não é apenas um tema moral, é um tema profundamente econômico", disse Trudeau à AFP.


Lembrando que "o G7 é, antes de tudo, um grupo econômico", Trudeau quer "convencê-los e demonstrar" que, nesse tema, há "uma grande oportunidade".


O dirigente liberal quer estimular seus aliados a atacar esse assunto nos países em desenvolvimento, onde são necessários "muitos investimentos", em particular, em "contextos de crise, nos campos de refugiados, (onde) a educação para as meninas é quase inexistente".


"Sim, como países do G7, podemos investir na educação das mulheres e meninas em situação de crise, vamos diminuir o impacto da crise (...) e vamos garantir que não se perca uma geração", insistiu o premiê, que também defendeu que se preserve a capacidade "dessas mulheres e meninas de contribuir para um mundo melhor".


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