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Estado de Minas

Carlos 'O Chacal' condenado à prisão perpétua por atentado em Paris


postado em 15/03/2018 19:00

O venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como Carlos "O Chacal", foi condenado nesta quinta-feira (15) a uma terceira pena de prisão perpétua, neste caso pelo atentado cometido em 1974 em Paris, em um julgamento de apelação que se posiciona como seu último na França.

Carlos, figura do terrorismo "anti-imperialista" dos anos 1970-80, não esteve presente na corte parisiense durante o veredicto, já que se negou a comparecer no último dia de audiência, alegando supostos maus tratos dos guardas.

O autoproclamado revolucionário de profissão, de 68 anos, foi sentenciado à prisão perpétua em primeira instância em 2017, recorrendo da sentença alegando a falta de provas materiais contra ele.

"O Chacal", que reivindica ter matado com sua organização 1.500 pessoas, das quais 80 com suas próprias mãos, nega qualquer envolvimento neste atentado com granada cometido em pleno coração de Paris, que deixou dois mortos e dezenas de feridos.

O ataque ocorreu no dia 15 de setembro de 1974, contra um centro comercial no bulevar parisiense de Saint Germain.

Detido na França desde que foi capturado em 1994 em uma operação de espionagem francesa no Sudão, este ex-ativista da causa palestina já cumpre duas penas de prisão perpétua por um triplo homicídio em 1975 em Paris e por quatro atentados cometidos na França há trinta anos, que deixaram 11 mortos e 191 feridos.

"O Chacal", que durante muitos anos foi um dos mais procurados foragidos internacionais, compareceu durante duas semanas perante uma corte especial composta unicamente por magistrados competentes em casos de terrorismo.

A acusação reafirmou que o atentado contra o centro comercial Drugstore Publicis estava ligado à tomada de reféns em curso na embaixada francesa em Haia e protagonizada pelo Exército Vermelho japonês, grupo armado de extrema esquerda.

O Ministério Público alegou que Carlos cometeu o ataque em Paris para pressionar o governo francês em meio à negociação com os sequestradores de Haia, que exigiam a libertação de um de seus membros detido no aeroporto parisiense de Orly.

O Exército Vermelho japonês estava ligado à Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), da qual Carlos havia-se convertido em um de seus braços armados na Europa.

Durante o julgamento, Carlos relatou sua infância em uma família venezuelana abastada. Seu pai, um advogado marxista, chamou seus dois outros filhos de Lenin e Vladimir. Contou ainda como despertou seu compromisso com a ideologia comunista e, posteriormente, com a luta armada, primeiro nos campos pró-palestinos na Jordânia e depois na Europa, à serviço da FPLP.

"Você não decide um dia optar pela violência, é ela que se impõe a você. Os bombardeios israelenses me tornaram um militante da causa palestina. Ninguém matou mais pessoas por esta causa do que eu e na minha idade me pergunto: como ainda estou vivo"? - relatou.


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