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Estado de Minas

Guerra prossegue no Afeganistão mesmo no inverno


postado em 11/02/2018 12:18

Durante anos, a chegada do inverno no Afeganistão marcou uma pausa nos combates, mas 2018 está sendo excepcionalmente violento, com um recrudescimento da atividade militar e dos atentados.

Em Cabul, uma série de atentados deixou em janeiro mais de 130 mortos, a maioria civis, enquanto as forças americanas e afegãs intensificavam os ataques ao talibã e sua principal fonte de receita, os laboratórios de heroína.

Esta semana, os Estados Unidos anunciaram uma nova ofensiva contra os centros de treinamento do talibã no nordeste do país, enquanto continuavam os ataques no norte contra posições do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

"O Afeganistão enfrenta um nível de violência sem precedentes no inverno desde o ano 2001", indica o International Crisis Group em um relatório de 7 de fevereiro.

O talibã reivindicou a autoria de 472 "operações" apenas em janeiro, segundo o centro americano Terrorism Research & Analysis Consortium (Trac), com sede em Washington, que considera este nível "extraordinário".

A cifra não inclui os ataques do EI. "O número já seria impressionante para o mês de julho, mas em janeiro não tem precedentes", afirmou o diretor do Trac, Veryan Khan, que prevê um mês de fevereiro "igualmente sangrento".

O talibã aproveita o inverno local pouco rigoroso e sem neve para multiplicar suas atividades. É o caso de muitos comandantes, que passarão o inverno no sul do Afeganistão e não refugiados no Paquistão, como outras vezes, porque as autoridades paquistanesas, sob pressão dos Estados Unidos, não permitiram que eles cruzassem a fronteira.

Já o Estado Islâmico tem presença em zonas controladas pelo talibã. Segundo Mawlawi Esmatullah, comandante talibã do norte da província de Helmand, "há movimentos do EI nas áreas sob nosso controle".

"A maioria dos membros do talibã não fugiu para seus santuários neste inverno, porque conseguiram se mobilizar nas províncias do sul e leste, ao longo da fronteira com o Paquistão", confirmou o general da reserva e analista militar Atiqulá Amarjil. "Estão no norte, centro e ao redor de Cabul, têm a ordem de continuar avançando", indicou.

- 'Todos os esforços' -

"O Afeganistão concentra, agora, todos os esforços do Exército americano, após nossos êxitos em Iraque e Síria", disse à AFP o general Jim Hecker, comandante das forças aéreas americanas e coodenador das operações com os afegãos.

Após pensar em se retirar do país, o presidente Donald Trump anunciou uma "nova estratégia", com o envio de outros 3 mil homens, que chegarão progressivamente até o fim de março, segundo o general.

Paralelamente, o número de drones aumentou em 50% para reforçar a capacidade de vigilância e informação, acrescentou.

As forças aéreas afegãs, dizimadas durante o regime talibã (1996-2001), estão sendo reconstruidas com o auxílio da Otan, a fim de passar de 12 para 25 pilotos em 2019.

"As forças afegãs realizam cerca de 40 saídas por semana, e nós, 25", explica Jim Hecker. Os ataques aéreos se dirigem principalmente contra os laboratórios de heroína no sul do país, e contra posições do EI no norte.


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