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Estado de Minas

EUA adiam deportação de defensor dos imigrantes de Nova York


postado em 09/02/2018 18:00

O governo americano decidiu nesta sexta-feira (9) adiar a deportação de Ravi Ragbir, um defensor dos imigrantes nascido em Trindade e Tobago, depois que ele apresentou uma ação para protestar contra a prisão de vários líderes do movimento pró-imigração.

Até que sua demanda contra a polícia migratória - apresentada junto com várias organizações de defesa dos imigrantes - seja considerada, o governo concordou em adiar temporariamente sua deportação, informou a Coalizão Novo Santuário, dirigida por Ragbir.

"Esta demanda não é apenas sobre mim, é sobre todos os membros de nossa comunidade que estão falando em nossa luta pelos direitos dos imigrantes", disse Ragbir em comunicado.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, escreveu nesta semana uma carta à polícia migratória, órgão federal, na qual assegurou que a deportação do "amado líder comunitário nova-iorquino (...) afetaria negativamente a comunidade imigrante".

Ragbir, residente legal nos Estados Unidos há 25 anos, foi preso pela polícia migratória em Manhattan em 11 de janeiro. Foi transferido a Miami para ser deportado em meio a protestos em Manhattan que deixaram cerca de 20 detidos, incluindo dois vereadores nova-iorquinos.

Mas uma juíza determinou seu retorno a Nova York e depois ordenou sua libertação, ao criticar a "cruel", "abrupta e evidentemente desnecessária prisão".

Ragbir deveria comparecer ante a polícia migratória neste sábado para ser deportado, mas a ação foi cancelada.

O líder comunitário de 53 anos está casado com um advogada de migração americana e tem uma filha nascida neste país. Tem um green card, ou permissão de residência, desde 1994 e recentemente contou à AFP que há anos vive o "terror" de ser deportado.

Condenado por cometer em 2001 um crime de fraude bancária quando trabalhava em uma empresa de hipotecas, passou três anos em prisão domiciliar e dois anos em uma prisão federal.

Após ser libertado, esteve mais dois anos detido à espera de ser deportado, mas se salvou graças a vários adiamentos, o último deles vencia este ano. Desde 2007 se dedica a ajudar centenas de imigrantes em Nova York.

Como ele, outros defensores do imigrantes foram deportados, ou são ameaçados de deportação, pelo governo de Donald Trump. Um exemplo é Jean Montrevil, codiretor da coalizão dirigida por Ragbir, deportado para o Haiti em janeiro.

A perseguição desses líderes imigrantes devido ao seu discurso e militância política "claramente viola a Primeira Emenda" da Constituição, que protege o direito à liberdade de expressão, disse Sally Pei, do escritório de advocacia Arnold & Porter, que defenderá Ragbir com advogados e estudantes de Direito da Universidade de Nova York. "Buscaremos acabar com esta prática vingativa", acrescentou.


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