As fabricantes de aviões americana Boeing e brasileira Embraer estão perto de chegar a um acordo para criar uma nova empresa, que compreenderá apenas os aviões comerciais da empresa brasileira, indicou nesta terça-feira (6) à AFP uma fonte próxima à negociação.
As linhas gerais do acordo preveem que a Boeing detenha de 80% a 90% do controle acionário desta nova empresa, cuja sede poderia ser em Chicago, como a companhia americana.
As operações militares da Embraer continuarão sob controle brasileiro, indicou a fonte, que pediu anonimato.
A Boeing apresentou suas propostas ao governo brasileiro, que tem uma "golden share" ("ação de ouro"), ou seja, direito a veto sobre decisões estratégicas da companhia.
"As negociações avançam em boa direção", acrescentou a fonte, ao comentar que o governo brasileiro tinha gostado da proposta.
Contactada pela AFP, a Boeing preferiu não comentar o acordo, que pode ser anunciado nas próximas semanas.
A Embraer foi privatizada em 1994, mas o governo conservou a "golden share" para intervir em questões estratégicas.
Após o anúncio do início das negociações em dezembro, o governo brasileiro rapidamente indicou que estava decidido a manter seu poder de veto em nome da soberania nacional. Entretanto, a associação da Embraer com um grupo estrangeiro não foi recusada.
A empresa entrega, anualmente, cerca de 200 aeronaves, entre aviões comerciais e executivos.
Ela também tem um importante setor de defesa, com modelos como o A-29 Super Tucano para missões de ataque leve e treinamento avançado e o KC-390 de transporte tático e logístico de tropas e reabastecimento em voo, que deve chegar ao mercado em 2018.
A Embraer é líder no segmento de aparatos de até 150 assentos e terceira maior fabricante mundial de aviões comerciais.
A Boeing disputa com a Airbus a liderança do setor.