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Estado de Minas

Francesa Audrey Azoulay é eleita diretora-geral da Unesco


postado em 13/10/2017 15:25

A ex-ministra francesa da Cultura Audrey Azoulay foi eleita nesta sexta-feira diretora-geral da Unesco, à frente do catariano Hamad Al Kawari, segundo resultados oficiais.

Azoulay, de 49 anos, obteve 30 votos, enquanto seu adversário ficou com 28, no âmbito do conselho executivo, formado por 58 membros. A eleição deve ser validada na conferência-geral de Estados-membros, em 10 de novembro.

A Unesco empreendeu uma fase decisiva com a eleição nesta sexta-feira, um dia depois de Estados Unidos e Israel anunciarem sua saída da organização, acusando-a de ser anti-israelense.

Azoulay havia sido escolhida pelos países-membros do Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para disputar o último turno da eleição, em uma votação intermediária.

Com 31 votos contra 25 (dois em branco) ela se impôs sobre a egípcia Moushira Khattab, e foi eleita para enfrentar Hamad bin Abdoulaziz Al Kawari nesta sexta-feira em Paris.

Essa eleição, complexa e muito política para nomear Azoulay como sucessora da búlgara Irina Bokova à frente da Unesco evidencia as tensões no interior da organização.

Azoulay declarou à imprensa na tarde desta sexta que sua candidatura buscava "restaurar a eficácia e a credibilidade" da agência, que "atravessa uma crise política profunda".

- Sem unanimidade -

O candidato do Catar não tinha unanimidade entre os países árabes que neste ano romperam relações diplomáticas com Doha, apesar de terem reivindicado insistentemente o posto para sua região.

O governo egípcio, que rompeu relações diplomáticas com o Catar, pediu votos para a candidata francesa.

O ministro egípcio das Relações Exteriores, presente em Paris, "incentiva todos os seus amigos a votarem na França", declarou à AFP antes da votação um membro campanha da candidatura egípcia.

Contudo, recentemente surgiram novas suspeitas de antissemitismo em torno de Al Kawari, repetidas pelo Centro Simon Wiesenthal da Europa e da Liga Anti-difamação (ADL) dos Estados Unidos.

Ele é reprovado, particularmente, por seu suposto silêncio diante da presença de livros antissemitas durante as feiras do livro organizadas quando era ministro da Cultura.

Em pleno processo eleitoral na Unesco, Estados Unidos e Israel anunciaram na quinta-feira sua saída da organização.

"Esta decisão não foi tomada em cima da hora e reflete a preocupação dos Estados Unidos com a dívida crescente à Unesco, com a necessidade de uma reforma fundamental na organização e com o contínuo viés contra Israel", afirmou o Departamento de Estado.

O mesmo Departamento afirmou que os Estados Unidos devem "aproximadamente 550 milhões de dólares" de contribuições atrasadas à organização.

"Queremos pagar esse dinheiro" a uma organização "anti-Israel?", questionou o porta-voz Heather Nauert.

Bokova rejeitou a acusação e disse "lamentar profundamente" a decisão americana.

"Está em jogo a universalidade da organização", afirmou nesta sexta-feira em declarações à rádio France Info, ressaltando que "muitas instituições culturais dos Estados Unidos, ONGs" também expressaram sua "decepção".

A estas reprovações se somaram a França, onde se encontra a sede da Unesco, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, que ressaltou "o destacado papel dos Estados Unidos na Unesco desde a sua fundação" em 1946. Moscou também lamentou a "triste notícia".

A crise é alimentada há anos pelas controversas posições da Unesco sobre Jerusalém Hebron, defendidas pelos países árabes.

- 'Teatro do absurdo' -

Poucas horas após o anúncio dos EUA, Israel comunicou sua retirada da organização da ONU, que teria se tornado um "teatro do absurdo, onde se deforma a história, em vez de preservá-la".

"Entramos em uma nova era das Nações Unidas: a que, quando se discriminar Israel, terá que assumir as consequências", afirmou o embaixador israelense na ONU, Danny Danon.

A crise estava crescendo há anos, alimentada pelas controversas posições da Unesco sobre Jerusalém e Hebron, defendidas pelos países árabes.

Em 2011, a admissão da Palestina na Unesco acentuou a tensão, provocando a suspensão das contribuições financeiras de Israel e Estados Unidos, que representavam 20% de seu orçamento.

No início de julho, os Estados Unidos advertiram que estavam analisando seus vínculos com a Unesco, chamando de "uma afronta à história" a sua decisão de declarar a antiga cidade de Hebron, na Cisjordânia ocupada, uma "zona protegida" do patrimônio mundial.

Os judeus reivindicam 4 mil anos de presença em Hebron e atualmente 800 deles vivem nesta cidade sob proteção militar, com 200 mil palestinos.


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