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Estado de Minas

'Parecia cena de filme', diz brasileira sobre fuga do Furacão Irma

Eneida Neves, de 46 anos, viajou 15 horas de carro de Miami, na Flórida, a Atlanta, na Geórgia para fugir da passagem do Furacão Irma


postado em 09/09/2017 17:42 / atualizado em 10/09/2017 08:39

 Miami Beach em uma cidade fantasma(foto: JOE RAEDLE)
Miami Beach em uma cidade fantasma (foto: JOE RAEDLE)

A baiana Eneida Neves, de 46 anos, moradora de Pompano Beach, na Flórida, viajou 15 horas de carro de Miami a Atlanta, na Geórgia, para fugir da passagem do Furacão Irma. O fenômeno natural já causou a morte de pelo menos 25 pessoas. De acordo com relato de Eneida, a estrada parecia cena de filme. "Todo mundo fugindo", disse.

Segundo ela, as paradas nas vias expressas de Miami a Orlando, onde há banheiros e restaurantes, estão lotadas. "As lojas estão em pé de guerra, filas nos postos, falta d'água, gente estressada", resumiu.

Enquanto o furacão Irma varre Cuba após deixar 25 mortos no Caribe, milhões de pessoas abandonam o estado americano da Flórida para escapar de sua fúria, transformando Miami Beach em uma cidade fantasma.

A turística ilha diante da cidade de Miami estava deserta neste sábado, e um forte vento já era presente, em meio a bares e lojas fechados e protegidos com tapumes.

Nesta cidade fantasma persistiam apenas alguns corajosos, tirando selfies e curtindo uma praia sob chuva.

Um aventureiro aproveitava a agitação do mar - normalmente calmo como uma piscina - para deslizar com sua prancha de windsurf até desaparecer na bruma.

Ao menos 6,3 milhões de moradores da Flórida receberam ordem para se retirar diante da chegada de Irma. As autoridades alertam para fortes ventos e ondas que podem superar os 4,5 metros sobre o nível normal do mar em um estado sem elevações geográficas.

Um sem-teto estava sentado em um banco próximo à praia, alheio à situação e sem medo de Irma. "Conheço este lugar, vivo aqui, é minha ilha e não vou embora. Logo vou para uma parte que não inunde", disse Phillip, 39 anos.

Scott Abraham, um corretor de 40 anos que mora no quinto andar de um prédio em frente à praia, também decidiu ficar, com a mulher e seus dois filhos.

"Minha esposa odeia quando digo isto, porque parece que não cuidamos dos nossos filhos", mas é preciso ter fé de que a tormenta seguirá se desviando para oeste e perdendo força.

"Se inundar tudo vamos demorar ao menos uma semana para voltar ao normal. Não quero isto. Mas meu único problema é o cachorro, que não poderei levar para passear".

As cidades do sul da Flórida declararam o toque de recolher a partir da tarde deste sábado, entre elas Miami e Miami Beach, assim como o condado de Broward, onde está Fort Lauderdale.

Nos Keys da Flórida já se sentiam os efeitos de Irma, que se aproxima como furacão de categoria 3, com ventos de 205 Km/hora, mas o Serviço Meteorológico Nacional (NWS) prevê que ganhará força e chegará a categoria 4 quando atingir a região, na manhã de domingo.

"A tormenta está aqui", disse o governador Rick Scott. "As ondas vão chegar depois do vento. Não pensem que tudo termina quando o vento passa".

O estado da Flórida disponibilizou mais de 320 refúgios, onde já estão 54 mil pessoas, um número que deve aumentar ao longo do dia, segundo Scott.

A Guarda Nacional da Flórida mobilizou 30 mil homens, 4 mil caminhões, 100 helicópteros e equipes de evacuação aérea para o pós-furacão.

Já ocorrem alguns cortes no fornecimento de energia no estado. A Florida Power and Light calcula que "4,1 milhões de usuários ficarão sem eletricidade por causa de Irma".

Scott renovou neste sábado a convocação de enfermeiros voluntários para atender nos refúgios pessoas com necessidades especiais, como doentes e idosos. (Com AFP)


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