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Estado de Minas

Brasileiros que vivem nos Estados Unidos se dividem entre Hillary e Trump

Apesar de especialistas assegurarem que quem levará a confiança da maioria dos latinos é a candidata do partido Democrata, ainda não há consenso


postado em 06/11/2016 06:00 / atualizado em 06/11/2016 17:17

Yolanda, que nasceu em BH, com seu marido, Bernard Djom, vai optar pela candidata democrata(foto: Arquivo pessoal)
Yolanda, que nasceu em BH, com seu marido, Bernard Djom, vai optar pela candidata democrata (foto: Arquivo pessoal)

Nova York – Aílton Gomes e Yolanda Djom são mineiros, moram nos Estados Unidos há duas décadas e terão um importante compromisso na próxima terça-feira: ajudar os americanos a escolher o próximo ocupante da Casa Branca. As semelhanças param por aqui. Ela nasceu em Belo Horizonte e deseja a vitória de Hillary Clinton. Ele, natural de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, torce para o sucesso de Donald Trump.

A democrata lidera as pesquisas de intenção de votos com diferença pequena, entre dois e três pontos percentuais, de acordo com as últimas pesquisas divulgadas, e, se o pleito fosse hoje, teria o aval da maioria dos 538 delegados de um sistema eleitoral bem diferente do brasileiro. Mas o republicano pode surpreender. A única certeza, como muitos eleitores fazem questão de dizer, é que esta disputa está nivelada para baixo, com ambos os candidatos envolvidos em denúncias.

Trump é um conservador acusado de assédio sexual e de criticar muçulmanos e imigrantes. Hillary é investigada por uso de servidor privado na troca de e-mails enquanto foi secretária de Estado, o que é proibido pelas normas daquele governo. Também não conta com boa popularidade.

Mas Barack Obama precisa de um sucessor. E vários brasileiros, como Aílton e Yolanda, vão às urnas depois de amanhã. O Ministério das Relações Exteriores estima que entre 1,3 milhão e 1,4 milhão de brasileiros moram nos Estados Unidos, mas não há uma estatística precisa de quantos têm direito ao voto.

“É, sem dúvida, uma eleição diferente. Os dois candidatos não são bons, mas vou no republicano porque os democratas estão há bastante tempo no governo e não cumpriram o que prometeram. Além disso, no aspecto econômico, considero Trump melhor preparado”, justificou Aílton, que chegou aos Estados Unidos em 1985 e mora em Newark, em New Jersey.

Maria Zancanaro e o marido Adrian Castilho vão às urnas 'com o coração pesado'(foto: Arquivo pessoal)
Maria Zancanaro e o marido Adrian Castilho vão às urnas 'com o coração pesado' (foto: Arquivo pessoal)
Mas quem levará a confiança da maioria dos latinos é a democrata, asseguram especialistas. Um dos motivos é que Trump prometeu, se eleito, apertar o cerco aos imigrantes ilegais. Só a comunidade latina soma em torno de 57 milhões de pessoas, das quais aproximadamente 8 milhões estão clandestinas.

Em “socorro” a este universo, entre outros motivos, boa parte dos que deixaram o Brasil depositará confiança na ex-senadora. “Eu diria mais de 80%. Pessoalmente, eu não gosto da Hillary, mas creio que ela conduzirá o país melhor que o adversário”, avaliou Yolanda, que se mudou para Boston, em Massachusetts, há 18 anos.



SEM OPÇÃO A brasileira Maria Zancanaro mora no Texas e votará pela terceira vez num candidato a presidente. Pela primeira vez, porém, está desanimada com o perfil dos principais concorrentes à Casa Branca. “É a pior eleição desde que estou aqui”, disse Maria, que se mudou para a terra do Tio Sam para estudar mestrado, conheceu o então futuro marido e decidiu ficar.

A filha do casal estuda na oitava série e foi alvo de bulling por causa desta eleição: “Como imigrante, não posso votar em quem é contrário à imigração. Meu marido é americano, com descendência de mexicanos. Minha filha puxou o pai e ouviu de um amigo de escola que, caso Trump ganhe, ‘pessoas como ela serão mandadas de volta para o México’”.

Por isso, Maria votará em Hillary. Mas ela desejou que os democratas tivessem outra representante: “Hillary é conhecida por se corromper e atuar em benefício próprio. Voto com o coração pesado. A consciência também”.

 O vencedor da disputa deverá ser conhecido na própria terça-feira, por volta das 21h no horário de Washington (23h em Brasília).


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