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Estado de Minas

Governo Temer faz torcida discreta por Hillary

Presidente não se pronunciou oficialmente sobre a corrida presidencial americana, mas há uma inclinação pela candidata democrata, que tende a manter as relações comerciais


postado em 06/11/2016 06:00 / atualizado em 06/11/2016 09:34

Brasília – Ainda que discretamente, sem manifestações oficiais, o governo brasileiro torce por uma vitória da democrata Hillary Clinton na próxima terça-feira ou, na melhor das hipóteses, que uma possível eleição do republicano Donald Trump não tumultue as relações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos. Especialmente em um momento de reafirmação do país, com a troca de comando no Executivo e uma alteração no eixo de relação diplomática com o mundo.


Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, particularmente no segundo mandato, com a chegada de Barack Obama ao poder nos Estados Unidos, o foco da diplomacia estava mais voltado para os países africanos e para a América Latina. Durante o governo Dilma Rousseff, tudo foi praticamente paralisado.

Obama chegou a visitar o país em 2011, no início do primeiro mandato da petista. Parecia um sinal de que as relações, esgarçadas ao fim do segundo mandato de Lula, seriam retomadas. As coisas acabaram não ocorrendo como se esperava, pioraram com o episódio de espionagem revelado por Edward Snoden e estão, lentamente, começando a ser reatadas. “A ideia do governo Temer é retomar as relações com todos, independentemente da questão ideológica, visando às questões comerciais.

Durante a visita do secretário de Estado americano, John Kerry, ao Brasil, em agosto passado, para participar da abertura dos Jogos Olímpicos no Rio, o chanceler José Serra destacou alguns números que comprovavam, segundo ele, as excelentes relações entre o Brasil e os Estados Unidos. “Os Estados Unidos são os nossos maiores investidores externos, com US$ 116 bilhões em recursos aportados por aqui”, destacou o tucano.

Na época, Serra lembrou que boa parte das exportações brasileiras para os Estados Unidos são de produtos manufaturados. Ele ainda demonstrou que há, de contrapartida, um aumento nos investimentos brasileiros em território americano. “Esse volume praticamente triplicou, passando de US$ 7,3 bilhões em 2009 para R$ 22,3 bilhões em 2014.”. Diante do democrata John Kerry, Serra brincou, ao desejar êxito nas eleições americanas. “Não vou dizer em quem eu votaria, mas vocês devem imaginar”, arrancando risos do secretário de Estado americano.

Brian Winter, vice-presidente de Políticas da Sociedade das Américas (Américas Society),  fala sobre a relação comercial dos EUA com o Brasil a partir de 2017


EXÓTICO Durante sabatina, em agosto, no Senado, antes de assumir o cargo de embaixador do Brasil em Washington, Sérgio Amaral foi questionado pelos senadores sobre as eleições americanas e os cenários possíveis a partir da eleição de Trump. “Ele foge às regras da política americana, é um outsider com propostas bastante exóticas”.

Amaral colocou alguns questionamentos, contudo, aos senadores. “Será que, se porventura, ele for eleito, manterá as mesmas posições ou é apenas um discurso eleitoral?” O embaixador ponderou que as instituições americanas são bastante fortes, incluindo imprensa, Judiciário e Congresso, o que deixa pouca margem para aventureiros.

Amaral alertou, contudo, que as palavras de Trump não são isoladas, reverberam um pensamento existente em boa parte da população americana, insatisfeita com os rumos da globalização e com o aumento das desigualdades sociais nos Estados Unidos. “Essa pressão dos eleitores é importante. Tanto que, em vários momentos, a própria Hillary sinalizou com um maior protecionismo e indicou restrições ao livre comércio”, assinalou o embaixador.

Esforço na Flórida


Miami – No último sábado de campanha ao cargo mais importante do mundo, Hillary Clinton e Donald Trump escolheram o mesmo estado para tentar conquistar os eleitores. Ambos estiveram a Flórida, que, com ampla presença latina, tem 29 delegados no colégio eleitoral e representa uma importante fatia do bolo político. Durante toda a campanha, marcada por escândalos e incertezas, a democrata e o republicano marcaram presença na região.

Os latinos são 16% dos eleitores da Flórida, e seus votos, considerados cruciais para ambos os candidatos. Hillary Clinton tem uma leve vantagem sobre o oponente, que, ontem, discursou em Tampa, se dirigindo especialmente aos hispânicos e aos negros, que representam 13% do eleitorado.

Por sua vez, a ex-secretária de Estado falou aos moradores de Pembroke Pines. “Quero ser a presidente de todos”, disse, debaixo de chuva. Ela precisou interromper o discurso sete minutos, devido à tempestade.


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