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Estado de Minas

Sérvio Radovan Karadzic apela de condenação por genocídio


postado em 22/07/2016 08:52

O ex-líder político dos sérvios da Bósnia Radovan Karadzic apelou nesta sexta-feira de sua condenação a 40 anos de prisão por genocídio e acusou os juízes do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) de terem realizado um "julgamento político".

Karadzic cita 50 motivos de apelação e diz ser vítima de um "julgamento político orquestrado para confirmar a diabolização do povo sérvio da Bósnia e dele mesmo", indicou seu advogado Peter Robinson em um comunicado.

Em um veredicto histórico de 24 de março, os juízes do TPII declararam Karadzic culpado de genocídio pelo massacre de quase 8.000 homens e crianças muçulmanos em Srebrenica em julho de 1995, o pior massacre cometido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

O tribunal também o considerou culpado de nove acusações de crimes de guerra e contra a Humanidade, mas rejeitou a acusação de genocídio em outros sete municípios da Bósnia por falta de provas suficientes.

Radovan Karadzic, que naquele momento anunciou que recorreria da sentença, considera que os juízes "presumiram que era culpado e construíram um julgamento para justificar esta presunção", afirmou seu advogado.

Segundo Peter Robinson, o processo não foi imparcial porque foi dirigido por juízes "que não conhecem nada da região, de sua cultura, de suas línguas ou história, que se baseiam em procedimentos estrangeiros e conduzem um julgamento em uma língua estrangeira".

Karadzic é até o momento o funcionário de mais alto escalão sentenciado pelo TPII, após a morte em 2006, durante seu julgamento, do ex-presidente sérvio Slobodan Milosevic.

Karadzic, atualmente com 71 anos, foi presidente da república unilateralmente declarada dos sérvios na Bósnia, a Republika Srpska. A guerra da Bósnia deixou mais de 100.000 mortos e 2,2 milhões de deslocados entre 1992 e 1995.

Karadzic, outrora o fugitivo mais procurado da Europa, escapou da justiça internacional por quase 13 anos.

Foi detido em julho de 2008 em um ônibus em Belgrado. Fingia ser um terapeuta de medicina alternativa.

Seu julgamento por genocídio ante o TPII começou em outubro de 2009 e terminou em outubro de 2014 depois de 497 dias de audiências e 586 testemunhas.


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