(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Atentado com caminhão em Nice deixa ao menos 84 mortos

Motorista do caminhão era um francês da origem tunisiana de 31 anos. Ele já tinha sido condenado pelos crimes de violência doméstica e violência com armas em março passado. Era casado e pai de três filhos


postado em 15/07/2016 06:31 / atualizado em 15/07/2016 12:05

Caminhão atropela multidão em Nice, França(foto: AFP / ANNE-CHRISTINE POUJOULAT )
Caminhão atropela multidão em Nice, França (foto: AFP / ANNE-CHRISTINE POUJOULAT )

O número de mortos no atentado com um caminhão em Nice, na França, chega a 84. Por volta das 23h dessa quinta-feira (horário local), um homem armado avançou com um caminhão contra uma multidão que celebrava a festa da Queda da Bastilha em Nice, na Riviera francesa, em um ataque classificado pelo presidente François Hollande de "terrorista".

Além dos mortos, outras 50 pessoas se encontram entre a vida e a morte e, entre os mortos e feridos, há muitos estrangeiros, anunciou nesta sexta-feira o presidente francês. "Há cerca de 50 pessoas que estão em emergência absoluta, quer dizer, entre a vida e a morte. Entre essas vítimas, há franceses e muitos estrangeiros vindos de todos os continentes, e há crianças, muitas crianças", a declarou o chefe de Estado. Ao menos duas crianças morreram e mais de 50 se encontram hospitalizadas, segundo um balanço provisório das autoridades.

Entre os feridos, está o brasileiro radicado na França, Anderson Happel, mas não corre risco. Ele acompanhava os fogos de artifício dos festejos públicos da festa nacional de 14 de Julho, Dia da Bastilha. Anderson  postou uma mensagem no Facebook para agradecer o carinho e lamentar o triste episódio. Em seguida, ele apagou o post.

Segundo a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, cônsul-geral do Brasil na França, não há informações até aqui sobre outros brasileiros entre os feridos e mortos, mas o monitoramento continua, já que há vítimas ainda não identificadas e desaparecidos. "Estamos em contato constante com a célula de crise do Ministério das Relações Exteriores da França e até o momento não há registro de cidadãos brasileiros vitimados. Tampouco recebemos contatos de brasileiros na região de Nice".

Uma jornalista de Belo Horizonte que está de férias com o marido na Europa presenciou o ataque terrorista. Débora Rosendahl, 28 anos, publicou depoimentos sobre o ocorrido em seus perfis no Facebook e Instagram e falou ao em.com.br na manhã desta sexta-feira. 

Atualmente, ela mora na Finlândia e o casal pretendia passar dois dias em Nice. “A gente sairia daqui hoje e a gente iria para Mônaco, mas não foi possível porque tem pouco taxi na rua, quase nenhum Uber”, diz. O casal vai deixar a cidade por terra com destino à Itália. Débora conta como está o clima na cidade após o atentado. Confira:



O atentado

O motorista, que durante dois quilômetros avançou semeando caos e morte, foi identificado como Mohamed Lahouaiej-Bouhlel, de 31 anos e nascido na Tunísia. Ele foi morto pela polícia após o ataque. O homem foi descrito por seus vizinhos como "solitário" e "silencioso" e que não tinha a aparência de uma pessoa religiosa. Ele era casado e tinha três fihos.

No momento do drama, centenas de pessoas acabavam de presenciar no Passeio dos Ingleses, a avenida costeira de Nice, os fogos de artifício por ocasião do aniversário da Queda da Bastilha.

O veículo de 19 toneladas avançou por dois quilômetros, atingindo as pessoas pelo caminho, até o motorista, que tinha uma arma e atirou várias vezes, ser abatido pela polícia.

Vídeo mostra caminhão avançando sobre multidão


"Ouvi um 'bum', me virei e vi o caminhão acelerando, e corpos que eram lançados", contou Najate, uma moradora de Nice de 72 anos que presenciou a cena.

A banalidade do modo operacional - um caminhão como única arma - e o fato de várias crianças figurarem entre as 84 vitimas, assustou. O motorista "mudou de trajetória ao menos uma vez", afirmou a polícia à AFP. "Claramente tentou provocar o maior número de vítimas".

O ataque desenfreado deixou 84 mortos, além de 50 pessoas em estado crítico "entre a vida e a morte", informou nesta sexta-feira o presidente francês, François Hollande.

"Há cerca de 50 pessoas que estão em emergência absoluta, quer dizer, entre a vida e a morte. Entre essas vítimas, há franceses e muitos estrangeiros vindos de todos os continentes, e há crianças, muitas crianças", declarou o chefe de Estado depois de visitar os feridos em um hospital.

Entre os mortos há pelo menos dois americanos, um ucraniano, uma suíça, um russo e uma armênia.

Após o drama, o país observará três dias de luto nacional a partir de sábado.

Marie, de 37 anos, agente de segurança em Villa Masséna, um palácio bem próximo ao local do incidente que acolhia uma celebração pelo 14 de julho, viu "centenas de pessoas correndo para dentro para se proteger". "Havia crianças e as pessoas se pisoteavam", contou à AFP.

Veja o vídeo que mostra momentos após o acidente. Atenção, as imagens são fortes


Um motociclista tentou deter o caminhão abrindo a porta do motorista, mas finalmente foi atropelado, explicou o jornalista alemão Richard Guthahr, que presenciou a cena a partir da varanda de um hotel.

Fontes policiais disseram que o veículo havia sido alugado na região há alguns dias e que dentro foram encontradas armas falsas e uma granada desativada.

As autoridades também fizeram um apelo urgente para que as pessoas doem sangue, e dezenas de pessoas buscavam ao mesmo tempo no Twitter notícias de seus parentes.

Por sua vez, a mesquita de Al-Azhar, a mais alta autoridade do Islã sunita, pediu a união de "esforços para derrotar o terrorismo e limpar o mundo deste mal".

"Caráter terrorista"


O "caráter terrorista" do ataque é inegável, disse em um discurso televisivo Hollande, que viajou nesta sexta-feira a Nice.

Já o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, afirmou após uma reunião de crise na presidência que seus compatriotas devem se unir diante da "guerra que o terrorismo está travando".

O chefe de Estado também advertiu que, apesar dos ataques, a França "reforçará sua ação na Síria e no Iraque", países onde combate os terroristas do Estado Islâmico (EI).

O estado de emergência, que deveria terminar em quinze dias, foi prolongado por três meses. Este regime, decretado após os atentados de 13 de novembro, facilita as operações policiais e a prisão domiciliar de suspeitos.

Igualmente, Hollande anunciou o recurso a milhares de cidadãos reservistas para apoiar policiais e gendarmes, esgotados por meses de vigilância intensiva desde 2015.

Este é um dos atentados mais sangrentos cometidos na Europa nos últimos anos.

No dia 13 de novembro passado, suicidas do grupo extremista Estado Islâmico (EI) mataram em Paris 130 pessoas, 90 delas na casa de shows Bataclan.

Antes destes atentados, a França já havia sido atingida pela violência terrorista nos ataques de janeiro de 2015 contra a revista satírica Charlie Hebdo e um supermercado kosher, que deixaram 17 mortos e que foram seguidos por vários outros ataques e tentativas. (Com AFP)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)