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Estado de Minas

Trump e líderes republicanos dão primeiro passo em direção à unidade


postado em 12/05/2016 18:25

O aspirante republicano à Casa Branca, Donald Trump, reuniu-se nesta quinta-feira em Washington com líderes de seu partido com o objetivo de recuperar a unidade e curar as feridas abertas pelas primárias.

"Foi um passo muito positivo em direção à unidade" do partido e "uma grande oportunidade para vencer (as eleições) neste outono, e estamos totalmente comprometidos em trabalhar juntos para alcançar este objetivo", declararam Trump e Paul Ryan, presidente da Câmara de Representantes, em uma declaração conjunta divulgada após o encontro.

"Os Estados Unidos não podem se permitir mais quatro anos de Obama na Casa Branca, que é o que Hillary Clinton representa", acrescentaram.

"Embora sejamos honestos sobre nossas poucas diferenças, reconhecemos que também há muitas áreas importantes de base comum", disseram no comunicado.

"Teremos discussões adicionais, mas continuamos confiantes em que há uma grande oportunidade para unir nosso partido e vencer nesta temporada, e estamos totalmente comprometidos com trabalharmos juntos para atingir esse objetivo", insistiram.

A reunião foi "excelente", comentou pouco antes no Twitter o presidente do Comitê Nacional do partido, Reince Priebus, que apoia Trump, após se reunir com ele.

O cortejo do bilionário chegou cedo, pouco antes das 9h (10h de Brasília) na sede do Partido Republicano, próximo ao Capitólio, que foi cercado por dezenas de repórteres, e onde encontrou o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan.

Donald Trump cumprimentou a imprensa sem fazer declarações. Aproveitando este evento político e midiático, um pequeno grupo de manifestantes caminhou ao redor do prédio, acenando cartazes como "Trump é racista".

"O Partido Republicano deixou um homem sem valor, sem dignidade, sem moral" assumir o controle, afirmou Denis Rodriguez, de 18 anos, originário de Honduras.

Donald Trump não está apenas à procura de uma bela foto da família. As divergências são profundas, e os desafios, imensos, uma vez que o partido deve agora arrecadar centenas de milhões de dólares. Além disso, os republicanos temem perder sua maioria no Congresso em novembro.

De seu avião, o magnata tuitou: "Grande dia em Washington com Paul Ryan e líderes republicanos. As coisas estão indo muito bem".

"Acho que está indo em uma direção positiva e acho que esse é um primeiro encontro bastante encorajador", disse Ryan à imprensa.

"Mas, de novo, em 45 minutos você não resolve todos os processos e todas as questões e os princípios sobre os quais estamos falando", frisou.

Paul Ryan, um conservador que se comprometeu em outubro a modernizar a imagem do partido, surpreendeu o mundo político ao declarar na semana passada que não estava pronto para apoiar Donald Trump, um anúncio ainda mais inesperado quando vai presidir a convenção de indicação em Cleveland, de 18 a 21 de julho.

A relutância de Paul Ryan irrita os delegados pró-Trump. Um grupo deles se reuniu na quarta-feira para pedir apoio ao bilionário.

Reconciliação será longa

Donald Trump também se reuniu com o presidente do Comitê Nacional Republicano, Reince Priebus, assim como com líderes do partido na Câmara, incluindo Cathy McMorris-Rodgers.

A reconciliação vai levar tempo, porém, em razão das divergências tão profundas. Em dezembro, quando Donald Trump propôs fechar as fronteiras aos muçulmanos, Paul Ryan o condenou energicamente: "não é disso que se trata o conservadorismo".

"Depois de primárias tão difíceis que terminaram na semana passada, fingir que estamos unidos sem realmente estar nos conduziria a uma campanha subjugada", disse Paul Ryan na quarta-feira, comprometendo-se a trabalhar pela união do partido.

"Esta eleição é muito importante para nós", garantiu.

Nessa fase, a perspectiva de um candidato dissidente para salvar a honra conservadora já desapareceu, e os líderes republicanos acreditam que há mais a perder com a divisão do partido do que apoiando Donald Trump, mesmo que seja apenas pelas aparências.

O problema de líderes como Mitch McConnell, líder da maioria republicana no Senado, é urgente: como salvar e preservar a maioria republicana nessa Casa? Há meses, esse homem forte do Senado dizia esperar que o candidato presidencial fosse de consenso para produzir um efeito cascata sobre os candidatos do Senado, que aparecem na mesma cédula em 8 de novembro. Claramente desapontado com a vitória de Donald Trump, Mitch McConnell traça um cenário negativo.

"A maioria dos meus colegas acredita que ele venceu do modo antigo", disse o cacique na terça-feira. "Nós sabemos que Hillary Clinton seria mais quatro anos de Barack Obama. Isto será suficiente para unificar os republicanos", especulou.

Alguns ainda parecem irredutíveis, como o senador da Carolina do Sul Lindsey Graham, eterno rival do empresário. Graham acredita em que os republicanos conseguirão ser reeleitos no Congresso apenas se se afastarem de Trump.

Muitos também relativizam a situação. Afinal, dizem eles, o partido tem mais de dois meses para preparar a convenção, e a votação presidencial acontece em seis meses.

O senador Chuck Grassley, de 82, eleito para o Senado em 1980 juntamente com o presidente republicano Ronald Reagan, filosofou.

"Não entendo todo esse alvoroço uma semana depois de um candidato ganhar [ainda que não oficialmente] a indicação. Na política, as coisas sempre terminam por se ajeitar", ensinou.

"Lembrem-se: todos pensávamos que Reagan nos levaria à derrota", declarou o senador.


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