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Estado de Minas

Os Navy Seal, do anonimato à fama após morte de Bin Laden


postado em 03/05/2016 11:07

Supostamente são obrigados a respeitar um código de silêncio, mas vários membros dos Navy Seal que participaram da eliminação de Osama Bin Laden publicaram relatos do ataque, para decepção de seus companheiros, que temem que coloquem em risco futuras missões.

As histórias que revelam como esta unidade de elite da marinha dos Estados Unidos matou o inimigo público número um do país têm consumidores garantidos, e durantes os anos que se seguiram à morte do líder da Al-Qaeda se multiplicaram os filmes, livros, documentários e entrevistas contando o ataque de 2 de maio de 2011.

Os detalhes sobre a morte de Bin Laden foram divulgados a partir do próprio governo de Barack Obama, provocando a fúria do secretário de Defesa da época, Robert Gates.

"Por que todos simplesmente não calam a boca?", Gates lembra em suas memórias de ter dito a Tom Donilon, na ocasião assessor de segurança nacional de Obama.

Funcionários da administração também revelaram dados da operação a Mark Boal, roteirista do filme "A hora mais escura", dirigido por Kathryn Bigelow.

Depois, em outra violação do acordo tácito, alguns Seal que participaram da operação contaram parte do ataque.

Um dos comandos, Matthew Bissonnette, publicou sob o pseudônimo de Mark Owen um livro em 2012 sobre sua participação na operação, com o título de "NÃO HÁ DIA FÁCIL - Um líder da tropa de elite americana conta como mataram Osama bin Laden".

Mais tarde, seu ex-colega de esquadrão Robert O'Neill alcançou a fama internacional proclamando ser o Seal que disparou e matou Bin Laden.

Mas para muitos dos membros das forças de operações especiais, isso afeta a ética do grupo de elite.

Autoclassificados como "profissionais tranquilos", os Seal aceitaram há muito tempo que seu trabalho deveria ser feito de forma anônima, preocupados que os vazamentos pudessem fornecer informações vitais ao inimigo e colocar em risco futuras operações.

"Colocar novamente o gênio na lâmpada"

O tenente Forrest Crowell, um ex-Seal, descreve o fenômeno em sua tese de pós-graduação para a Naval Postgraduate School na Califórnia.

"Ao idealizar e divulgar as missões Seal, o governo encoraja uma curiosidade insaciável que levou a um lucrativo novo mercado de informação sobre os Seals", escreveu.

"Qualquer informação que mine a segurança operacional dos Seal e limite sua capacidade de surpreender o inimigo aumenta suas chances de fracasso e coloca vidas americanas em risco".

Segundo Sean Naylor, jornalista e autor de "Relentless Strike", os líderes do grupo Seal "agora estão preocupados de que os livros, filmes e tudo isso saia de controle. Estão tentando colocar o gênio novamente na lâmpada".

A preocupação não se limita apenas aos Seal.

Em dezembro, o general Joe Votel, que naquele momento dirigia o Comando de Operações Especiais (SOF), pediu maior discrição ao governo de Obama.

"Fico preocupado com a crescente exposição pública das atividades e operações do SOF e considero que é hora de nossas forças voltarem à sombra", escreveu Votel em um memorando, parte do qual é citado pela revista Foreign Policy.

O general Joe Dunford, chefe do Estado-Maior Conjunto, também convocou os militares a limitar seus comentários sobre as operações.

Mas as forças especiais não desapareceram completamente da vitrine pública. Seu papel nos atuais compromissos militares dos Estados Unidos é mais importante do que nunca.

Trezentos efetivos das forças especiais e equipes de apoio estão mobilizados na Síria, treinando as tropas locais para combater o Estado Islâmico.

Outros 200 estão no Iraque lançando ataques contra os líderes deste grupo jihadista.

Muitos participam do seleto Comando de Operações Especiais Conjuntas (JSOC), o grupo formado durante as administrações de George W. Bush e Obama.

O Pentágono fala pouco sobre o JSOC, mas suas unidades incluem a Força Delta do exército e a Equipe 6 dos Seal, que matou Bin Laden.

A administração e os militares devem "encontrar o equilíbrio entre a segurança operacional e a necessidade de informar e educar a opinião pública", disse à AFP o coronel da reserva do exército David Maxwell, diretor associado do Centro para Estudos sobre Segurança da Universidade Georgetown.

No entanto, o silêncio total é impossível, admitiu. "Se a imprensa ou a indústria do entretenimento não obtiverem informação, encherão os espaços especulando",


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