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Estado de Minas

Conheça o ELN, a guerrilha com raízes em Cuba e na Teologia da Libertação


postado em 30/03/2016 16:10

A guerrilha colombiana do ELN nasceu inspirada na revolução cubana e marcada por uma forte influência religiosa.

O Exército da Libertação Nacional (ELN, guevarista), surgido em 1964, tem entre seus fundadores e figuras mais emblemáticas os sacerdotes Camilo Torres (1929-1966) e Manuel Pérez (1943-1998), expoentes da Teologia da Libertação (TL), uma corrente nascida dentro da Igreja católica na América Latina com ênfase na aproximação com os pobres.

Mas, além desses religiosos, e de outros seguidores da Teologia, este grupo guerrilheiro é formado desde o início por setores universitários e membros radicais do Partido Liberal colombiano, seguidores de Ernesto "Che" Guevara.

Atualmente, o ELN é a segunda guerrilha colombiana depois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), com 1.500 combatentes, segundo o governo, e centra sua influência nas zonas mineradoras e petroleiras do país.

Seu comandante, Nicolás Rodríguez Bautista, mais conhecido como "Gabino", pertence ao grupo rebelde desde que era um menino de 12 ou 13 anos, e promoveu sob sua liderança uma agenda nacionalista e centrada no controle dos recursos naturais do país.

Integrante do Comando Central (COCE) do ELN junto aos comandantes Eliécer Herlinton Chamorro Acosta ("Antonio García"), Israel Ramírez Pineda ("Pablo Beltrán"), Gustavo Aníbal Giraldo Quinchía ("Carlos Marín Guarín" ou "Pablito") e "Ariel", todos na clandestinidade, "Gabino" reiterou em várias ocasiões seu desejo de iniciar negociações de paz com o governo.

As discussões na fase sigilosa com os representantes do presidente Juan Manuel Santos tiveram início em janeiro de 2014, mas há apenas algum tempo alcançaram um mapa da paz para instalar uma mesa formal de negociações.

Segundo fontes militares, o ELN tem forte influência em diferentes zonas da Colômbia, em particular fronteiriças com a Venezuela, como os departamentos de Arauca (leste) e Norte de Santander (nordeste), e com o Equador, como Nariño (sul), e também no centro do país, em Casanare, Boyacá e sul de Bolívar, assim como no Chocó (noroeste) e Cauca (sudoeste).

E, apesar de décadas atrás esta guerrilha se negar a ser financiada pelo narcotrráfico, relatórios acadêmicos e militares envolveram o ELN no cultivo de folha de coca e produção de cocaína.

Também foi assinalado como intermediário no desenvolvimento da lucrativa mineração ilegal.

Por outro lado, o ELN sequestrou nos últimos anos funcionários de multinacionais mineradoras e petroleiras, e cometeu atentados contra infraestruturas desses setores, para protestar contra a exploração por companhias estrangeiras dos recursos naturais do país.

Os analistas acreditam que, devido às diferenças de prioridades, as negociações com o ELN e com as Farc devem ser conduzidas em processos de paz paralelos.

O ELN realizou, sem sucesso, no passado tentativas de paz: uma no início dos anos 1990 com o então presidente César Gaviria (1990-94), e outra durante o governo de Álvaro Uribe (2002-2010), atualmente senador.


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