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Estado de Minas

Rajoy arrisca vantagem em único debate antes das eleições gerais


postado em 14/12/2015 15:37

O chefe do governo espanhol em fim de mandato, Mariano Rajoy, enfrenta nesta segunda-feira o líder da oposição, Pedro Sánchez, no único dos debates eleitorais ao qual aceitou participar, num momento em que seu partido consolida uma tímida vantagem para as legislativas de domingo.

Líder do conservador Partido Popular, Rajoy, de 60 anos, vê sua reeleição em risco em um contexto político muito diferente em comparação com o que no fim de 2011 o levou ao poder com uma ampla maioria absoluta, após duas legislaturas do socialista PSOE, a quem muitos espanhóis culpavam pela crise.

Agora, após quatro anos de uma draconiana política de austeridade que alimentou o descontentamento social, a emergência de dois partidos novos - o antiliberal Podemos e o centrista Ciudadanos - ameaça o bipartidarismo histórico do PP e do PSOE.

Mas, como se nada tivesse mudado, Rajoy se negou a debater com os líderes destas jovens formações, o cientista político Pablo Iglesias, de 37 anos, e o advogado Albert Rivera, de 36 anos, e aceitou apenas participar do já tradicional "cara a cara" televisivo com o atual chefe da oposição.

A crescente desigualdade social, o ainda muito elevado desemprego e a queda no nível de vida das classes médias deve centrar este duelo organizado pela Academia de Televisão e transmitido por vários canais e emissoras de rádio a partir das 22h00 (19h00 de Brasília).

O grande tema da corrupção, que pesa sobre os dois partidos, com enormes escândalos, também estará onipresente.

"Para mim é uma prioridade básica acabar com isso", afirmou Rajoy há uma semana durante um programa de televisão no qual respondeu a perguntas dos cidadãos. "Todas aquelas pessoas que estão em nosso partido e que forem envolvidas em casos de corrupção serão afastadas", afirmou taxativo.

Neste debate, "Rajoy tem muito pouco a ganhar e muito a perder", estima o cientista político Antón Losada, professor na Universidade de Santiago de Compostela, considerando que os eleitores do PP já estão convencidos, principalmente pela reativação econômica, e que os indecisos podem optar pelo PSOE se o governante em fim de mandato não convencer.

Espanha mudou

No entanto, na opinião do comentarista político José Antonio Zarzalejos, ex-diretor do jornal conservador ABC, os principais beneficiados ou prejudicados com este debate podem ser precisamente os ausentes.

"Este é um debate para os indecisos que antes votavam no PP e agora estão pensando em votar no Ciudadanos, e nos que antes votavam no PSOE e agora estão pensando em votar no Podemos", afirma.

Segundo várias pesquisas publicadas nesta segunda-feira, último dia permitido por lei, o PP aparece como favorito, com uma estimativa de voto que varia de 25,3% (entre 105 e 112 assentos) a 29,9% (125-128 assentos). De qualquer forma muito longe da maioria absoluta (176 deputados) e dos 45% obtidos nas eleições anteriores, o que o obrigaria a fazer pactos para governar.

Já os socialistas aprofundariam seu fracasso de 2011, restando ao menos vinte deputados dos 110 obtidos na época, no que já havia sido o pior resultado de sua história.

Os assentos perdidos por ambos irão aos partidos emergentes.

Neste debate se enfrentam "dois senhores que representam uma Espanha que já não é, a Espanha de verdade já mudou", lançava o número dois do Podemos, Íñigo Errejón, no domingo em um grande comício em Madri.


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