As forças iraquianas conquistaram seu maior avanço em meses diante do grupo Estado Islâmico na zona de Baiji, onde nesta sexta-feira desativaram muitas armadilhas e buscavam jihadistas escondidos.
Baiji se encontra perto de várias frentes, e o controle da zona é considerado fundamental para avançar em outras regiões, como a província de Al-Anbar (oeste), onde as forças iraquianas seguiam se aproximando das posições do EI.
Baiji foi palco de combates de forma quase contínua desde que este grupo jihadista lançou sua ofensiva relâmpago no norte e no centro do Iraque em junho de 2014.
Segundo fontes oficiais, o exército, a polícia e os serviços antiterroristas, apoiados pelas milícias da Mobilização Popular, ganharam terreno significativamente dentro e ao redor de Baiji.
"As forças iraquianas estão entrando em Baiji; recuperaram a zona industrial e outros bairros", disse à AFP um coronel do exército.
"Controlamos cerca de 60% da cidade; já não restam tantos combatentes do Estado Islâmico e estão presos", disse.
Depois de tomar praticamente o controle da refinaria, ao norte da cidade, as forças iraquianas estavam vasculhando este grande complexo em busca de bombas e de jihadistas escondidos.
"Nossas forças estão desativando armadilhas dentro da refinaria, e buscando os últimos terroristas do Estado Islâmico, que acreditamos que seguem escondidos em alguns edifícios", disse.
Estas instalações chegaram a produzir até 300.000 barris diários de produtos refinados, o que representava a metade do consumo do país. Agora, a refinaria está danificada de forma irreparável e já não é considerada de interesse estratégico.
Ao menos seis homens que lutavam contra o EI morreram na refinaria na quinta-feira, segundo vários oficiais.
No local também foram encontrados os cadáveres de ao menos 15 jihadistas. Segundo informações, muitos combatentes feridos do EI foram evacuados a redutos próximos do grupo, como Hawijah e Sharqat.
O coronel disse que as forças leais ao governo também cercaram completamente a cidade de Sinniya, a oeste de Baiji, a caminho da província de Al-Anbar. O objetivo é "preparar o terreno para limpar Sanniya", disse.
Operações em Al Anbar
No Iraque também opera contra o EI a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, que os bombardeia pelo ar desde agosto de 2014. Desde setembro deste ano também os bombardeia na vizinha Síria, onde o EI controla a metade do território do país.
A coalizão liderada por Washington, mais ativa na província de Al-Anbar, disse que havia realizado dois ataques aéreos na zona de Baiji na quinta-feira.
Também disse ter destruído parte de outra refinaria, em Qayyarah, entre Baiji e a cidade de Mosul (norte), a segunda mais importante do país e nas mãos do EI. Esta refinaria "era utilizada pelo Estado Islâmico para produzir petróleo destinado ao mercado negro, para financiar suas atividades terroristas".
Em Al-Anbar, as forças iraquianas seguiam preparando com apoio aéreo da coalizão a prometida ofensiva sobre Ramadi, conquistada pelo EI em meados de maio.
Segundo dados do exército americano, os aviões da coalizão realizaram ao menos 69 bombardeios contra o EI na zona de Ramadi em outubro.
Os avanços em terra nos últimos dias permitiram que as forças pró-governamentais cercassem praticamente a cidade de Ramadi. A coalizão estima que ali dentro restam entre 600 e 1.000 combatentes do EI.