Homens, mulheres e crianças procedentes de diversas regiões dos Estados Unidos se manifestaram por ocasião do 20º aniversário da "Marcha do Milhão", convocada em 1995 para chamar a atenção sobre as desigualdades sócio-econômicas que afetam os negros americanos.
A principal organização por trás do protesto foi a "Nation of Islam", dirigida por Louis Farrakhan e integrada exclusivamente por homens negros. O grupo é acusado de incitar ao ódio pelo Southern Poverty Law Center, instituição que monitora este tipo de movimento nos Estados Unidos. "Não é uma passeata, é uma reunião em busca de justiça", disse Louis Farrakhan ao manifestantes reunidos em torno das escadas do Capitólio.
"Chegará o momento de dizermos já basta, isto tem que mudar, e precisamos estar preparados para fazer o que for preciso para obter esta mudança. Se nos negam o que nos devem, é que nos falta uma ação unificada para forçar a justiça que estamos buscando".
"Há vinte anos, a morte de Tamir Rice (12 anos) teria passado despercebida, permitindo à polícia mentir sem que todos soubessem a verdade", declarou outra líder, Tamika Mallory, citando os jovens negros mortos pela polícia nos últimos anos, como Michael Brown, em Ferguson, e Eric Garner, em Nova York.
O presidente Barack Obama, primeiro mandatário negro dos Estados Unidos, participou da "Marcha do Milhão" em 1995, quando era senador por Illinois.
Nos últimos 20 anos, as condições sócio-econômicas dos negros nos Estados Unidos não melhoraram: a taxa de desemprego entre os homens negros era de 8,9% em setembro de 2015, contra 8,1% em outubro de 1995.