Os Estados Unidos avaliaram nesta quarta-feira que falta "muito trabalho" para regularizar os laços diplomáticos com a Venezuela, após semanas de tensão bilateral, revelou o porta-voz do departamento americano de Estado John Kirby.
"É uma relação complicada diante de uma democracia imperfeita e, obviamente, queremos ajudar a ver esta relação melhorar", disse Kirby, usando a mesma qualificação do secretario de Estado, John Kerry, sobre o sistema político venezuelano. "Acreditamos que há muito trabalho para se fazer" neste sentido.
Kirby reconheceu que a Venezuela "obteve avanços em certos aspectos de governança", mas que "restam progressos a se fazer e gostaríamos de vê-los fazer". "Espero completamente que o diálogo continue".
A relação entre os dois países, que não têm embaixadores em Caracas e Washington desde 2010, sofreu mais um revés em março passado, quando o presidente americano, Barack Obama, firmou um decreto qualificando a Venezuela de "ameaça" e sancionando sete funcionários do governo venezuelano por abuso dos direitos humanos.
Em meados do ano, Washington e Caracas iniciaram conversações para uma reaproximação diplomática, mas a tensão voltou após as críticas de Kerry à pena de quase 14 anos de prisão contra o líder opositor venezuelano Leopoldo López, condenado por promover a violência nos protestos contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em 2014.
Esta semana, Maduro acusou Kerry de "abuso" e interferência por suas críticas ao sistema político venezuelano.
Maduro afirma que existe uma "conspiração" a partir dos Estados Unidos, com a participação da oposição venezuelana, para desestabilizar seu governo diante das eleições legislativas de dezembro.