O ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Vaccari Neto foi condenado nesta segunda-feira a 15 anos de prisão por sua participação no esquema de corrupção da Petrobras, informou a justiça brasileira.
"Entre os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa (...) as penas somadas chegam a 15 anos e quatro meses de reclusão", detalha em sua decisão o juiz do caso, que investiga uma megafraude na maior empresa do Brasil.
Vaccari, tesoureiro do PT até sua renúncia, em abril, devido a este escândalo, foi condenado por seu papel no esquema de subornos e superfaturamento na Petrobras, através do qual as maiores construtoras do país desviaram recursos a funcionários públicos, intermediários e partidos políticos para garantir contratos milionários com a empresa.
"A prática dos crimes de corrupção envolveu o recebimento pelo Partido dos Trabalhadores, com a intermediação do acusado (Vaccari), de pelo menos R$ 4,26 milhões de propinas", provenientes de um contrato entre a Petrobras e um consórcio de empresas, afirma o juiz em sua sentença.
Esta condenação surge de um dos vários casos judiciais abertos contra o ex-tesoureiro do PT por sua participação no esquema.
Nesta segunda-feira também foi condenado a 20 anos e oito meses de prisão Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, por receber subornos milionários para seu enriquecimento ilícito e o de terceiros, afirma o juiz.
Além de funcionários da petroleira, diretores de empresas e intermediários dos subornos, são investigados por suposta corrupção na Petrobras legisladores e outros políticos em exercício, como o presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha, e o senador Fernando Collor, presidente do Brasil entre 1990 e 1992.
Por esta rede de corrupção, considerada a maior na história do país, a Petrobras passou à perda de mais de 2 bilhões de dólares em seu balanço de 2014.