(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Migração de refugiados para a Europa é a maior em 70 anos

Alemanha e Áustria recebem mais de 10 mil imigrantes, num cenário não visto desde a Segunda Guerra, enquanto população se mostra solidária


postado em 06/09/2015 06:00 / atualizado em 06/09/2015 10:40

Voluntários distribuem comida a quem aguardava o transporte para atravessar a fronteira para a Áustria(foto: Vladimir Simicek/AFP)
Voluntários distribuem comida a quem aguardava o transporte para atravessar a fronteira para a Áustria (foto: Vladimir Simicek/AFP)

Brasília –
Desde a Segunda Guerra Mundial, a Europa não lidava com tamanho fluxo de refugiados. Ontem, 10 mil desembarcaram na Áustria, sendo 7 mil a caminho da Alemanha. Os dois países aceitaram os imigrantes, que têm recebido negativas por onde passam, principalmente na Hungria. “Depois de inúmeros exemplos de tratamento vergonhoso aos refugiados e aos imigrantes por parte de alguns governos da Europa, é um alívio ver enfim um pouco de humanidade. Mas isso está longe de ter acabado, na Hungria e na Europa”, alertou um funcionário da Anistia Internacional.

Depois de uma reunião de ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) em Luxemburgo, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherin, destacou ontem que o continente passa por um momento “dramático”. “Não é uma emergência, é algo que vai durar. Quanto antes aceitarmos, mais rápido poderemos responder de maneira efetiva”, acrescentou. No encontro, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, insistiu na necessidade de a UE dê uma resposta unificada à crise imigratória. “Não há outra resolução que não a distribuição justa dos refugiados pela Europa. Essa tem de ser parte da solução para a crise”, disse Steinmeier.


De acordo com o ministro, apesar dos muitos debates controversos, “há uma disposição em participar de uma resposta comum da União Europeia”. Na terça-feira, a Comissão Europeia vai apresentar uma proposta para redistribuir os mais de 100 mil refugiados que entraram no continente. Uma das vozes contrárias é o chanceler húngaro, Peter Szijjarto.”Os últimos dias provaram que as cotas foram interpretadas pelos imigrantes e por contrabandistas como um convite. A realidade é que a Europa não está pronta para acomodar dezenas de milhares de imigrantes econômicos”, afirmou.

Boas-vindas Durante todo o dia de ontem, na estação ferroviária de Munique, no Sul da Alemanha, os imigrantes de origem Síria, Paquistanesa e Afegã não paravam de chegar: apenas na parte da tarde, foram 12 trens lotados. Os refugiados foram recebidos com faixas de boas-vindas e donativos recolhidos por voluntários. “Nós podemos ajudá-los e estamos ansiosos para começar a fazer isso”, disse um cidadão de Munique ao site do jornal Abendzeitung.


Na madrugada de ontem, a Hungria fretou uma centena de ônibus para transportar os imigrantes que estavam na principal estação de trem de Budapeste. O premiê húngaro, Viktor Orban, disse que, se o Parlamento aprovar uma proposta do governo, o Exército se mobilizará nas fronteiras do país a partir do dia 15, para evitar a chegada de mais imigrantes.

Na contramão do criticado Orban, o primeiro-ministro finlandês, Juha Sipilä, anunciou pela televisão que dará abrigo aos refugiados em sua casa de campo, onde raramente vai devido a suas funções em Helsinki. Localizada em Kempele, a mais de 500 quilômetros ao norte da capital, “minha casa me serve muito pouco hoje em dia”, disse Sipilä, um centrista que já convidou repetidamente seus concidadãos a mostrar solidariedade com os imigrantes que chegam ao país. “Espero que isso se torne uma espécie de movimento popular que faça com que muitos assumam suas responsabilidades nessa crise dos refugiados”, afirmou. Na sexta-feira, o governo elevou para entre 25 mil e 30 mil sua estimativa do número de pedidos de asilo em 2015, ou seja, sete a oito vezes mais do que em 2014.

 

De portas e corações abertos

Diante da incapacidade dos governos em acolher todos os refugiados que estão na Europa, muitos cidadãos europeus decidiram abrir as próprias casas para ajudar. Na Islândia, mais de 11 mil se ofereceram para receber refugiados. Na Alemanha, um jovem casal de Berlim criou o Refugees Welcome, um site para voluntários de mais de 20 países se cadastrarem. Na semana passada, a iniciativa francesa Comme a La Maison (“Como em casa”, na tradução literal) comemorou mais de 300 inscritos em 24 horas. Alice Barbe, cofundadora da Singa, associação responsável pela iniciativa, disse à rádio France Info que muitas famílias ficam com quartos vazios depois que seus filhos saem de casa e
estão dispostos a auxiliar. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)