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Estado de Minas

Obama avança para a vitória no Congresso americano sobre acordo nuclear


postado em 02/09/2015 15:46

O suspense acabou: Barack Obama deve sair vitorioso da batalha no Congresso americano sobre o acordo nuclear com o Irã, após convencer nesta quarta-feira um número suficiente de senadores em uma antecipação da votação a ser realizada em setembro.

Desde 14 de julho, o presidente dos Estados Unidos e seu governo cercam o Congresso para convencer os deputados a não torpedear o texto assinado pelas grandes potências e Teerã em Viena.

O Congresso tem o poder de revisar o texto e, eventualmente, impedir a aplicação pelos Estados Unidos, o que mantinha um grande ponto de interrogação sobre a diplomacia iniciada por Barack Obama.

Apesar de os republicanos, maioria no Congresso, terem imediatamente anunciado sua oposição ao texto, a dúvida girava em torno da capacidade de Barack Obama de reunir os votos democratas suficientes para bloqueá-los.

Mas com o anúncio do apoio nesta quarta-feira da senadora democrata Barbara Mikulski, e de pelo menos 34 senadores de 100 no total, todos democratas, Barack Obama pode agora contar com uma minoria suficiente para garantir uma vitória, apertada.

Os líderes republicanos do Congresso esperam votar antes de 17 de setembro, uma "resolução de desaprovação" do acordo nuclear. Esta resolução proibiria Barack Obama levantar a maioria das sanções contra Teerã, como prevê o acordo internacional em troca do compromisso iraniano de não fabricar armas nucleares.

Esta resolução deve ser aprovada em primeira instância porque os republicanos possuem maioria absoluta nas duas casas do Congresso, a Câmara dos Representantes e do Senado.

Barack Obama vetará a resolução, forçando uma nova votação, mas desta vez com a maioria de dois terços necessária em cada Câmara.

Mesmo se a Câmara dos Representantes votar contra Barack Obama, o fracasso previsível dos republicanos no Senado garante que o Congresso não será capaz de afundar o acordo nuclear.

"Os democratas ganharam, o acordo sobre o Irã está feito. Com Mikulski, Obama tem todos os votos que precisa", admitiu o número dois dos senadores republicanos, John Cornyn.

Voto de consciência

Os democratas dizem que só vão tomar a sua decisão depois de um verão de reflexão e dezenas de briefings e reuniões com membros do governo, da comunidade de inteligência e dos embaixadores dos países signatários.

Muitos apontam as fraquezas do pacto e lamentam a ambiguidade dos protocolos de inspeção ou a suspensão do embargo de armas depois de cinco anos. Mas este acordo é considerado por eles preferível ao confronto que provocaria uma rejeição.

Sem contar o isolamento diplomático provável dos Estados Unidos, enquanto europeus, chineses e russos parecem relutantes em voltar à mesa de negociações.

"Nenhum acordo é perfeito, especialmente um acordo negociado com o regime iraniano", disse Barbara Mikulski.

"A alternativa, para mim, é um cenário de incerteza e isolamento", completou seu colega Chris Coons.

A votação, anunciada como o voto de consciência mais importante de sua carreira, vai ser difícil para os eleitos das circunscrições, onde os eleitores judeus são numerosos. Os senadores Chuck Schumer, de Nova York, e Robert Menendez, de Nova Jersey, já anunciaram sua oposição, assim como vários eleitos de Nova York na Câmara dos Deputados.

A data da votação pode ser anunciada na próxima semana, quando o Congresso voltar das férias de verão, antecipando duas semanas de disputa partidária, sob pressão dos milhões de dólares gastos por ambos os lados por lobbies.

"É triste que a maioria dos republicanos, liderados por seus candidatos presidenciais, se coloquem automaticamente e indiscriminadamente contra o acordo, como se eles se opusessem a todas as iniciativas do presidente Obama", disse Jeremy Ben-Ami, presidente do J Street, um lobby judeu americano de esquerda.

Mas Barack Obama terá pouco tempo antes de deixar a Casa Branca, em janeiro de 2017, para demonstrar os benefícios do acordo aos americanos. O candidato às primárias republicanas Marco Rubio lembrou nesta quarta-feira que, se for eleito presidente, retomaria as sanções contra o Irã.


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