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Estado de Minas

Ex-presidente do Iêmen chama aliados huthis a cumprir decisões da ONU


postado em 24/04/2015 19:16

O ex-presidente do Iêmen Ali Abdullah Saleh pediu nesta sexta-feira a seus aliados, os rebeldes huthis, que apliquem a recente resolução do Conselho de Segurança da ONU, visando obter o fim dos ataques aéreos árabes.

"Apelo ao Ansarullah (rebeldes xiitas huthis) para que aceitem aplicar a resolução do Conselho de Segurança da ONU visando obter o fim da agressão das forças da coalizão" árabe, lideradas por Riad, disse Saleh em um comunicado lido em seu nome na TV estatal.

Esta resolução, adotada na terça-feira da semana passada, insta os huthis a negociar sua retirada dos territórios conquistados. Além disso, impõe um embargo sobre armas.

"Eu peço que se retirem de todas as províncias, especialmente de Áden", a principal cidade do sul do país, acrescenta o comunicado.

O ex-presidente Saleh, que deixou o cargo em 2012, na esteira da Primavera Árabe, também pediu a retomada do diálogo para promover a "reconciliação" neste país arruinado pela guerra.

Neste contexto, ele propôs que todas as províncias respeitem a autoridade das "forças do exército e de segurança, sob o controle das autoridades locais de cada província".

Barcos iranianos, que Washington acusa de levar armas para os rebeldes xiitas huthis no Iêmen, deram meia-volta nesta sexta-feira perto do litoral do país, enquanto a coalizão liderada pela Arábia Saudita prosseguia bombardeando as forças antigovernamentais.

O governo iemenita no exílio acusa o Irã xiita de apoiar militarmente os rebeldes, apesar de Teerã negar, alegando fornecer apenas ajuda humanitária.

Doze navios americanos, incluindo o porta-aviões Roosevelt, patrulham perto do litoral iemenita, sob bloqueio marítimo, para que seja respeitada a proibição de repassar armas aos huthis, segundo decidiu o Conselho de Segurança da ONU.

Os huthis tomaram a capital Sanaa em janeiro e avançaram até o sul do país, até entrar em Áden, a grande cidade sulista, onde o presidente Abd Rabo Mansur Hadi se refugiou antes de fugir para a Arábia Saudita.

Uma coalizão árabe liderada por Riad lançou uma campanha de bombardeios em 26 de março para apoiar os partidários de Hadi e deter os huthis.

Depois de anunciar o fim da campanha aérea, Riad voltou a bombardear posições huthis e os rebeldes exigiram a suspensão total dos ataques antes de retomar negociações de paz com patrocínio das Nações Unidas.

O conflito entre rebeldes e forças governamentais e aliadas deixaram 1.080 mortos desde 19 de março passado, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Vítimas infantis

Ao menos 115 crianças morreram no Iêmen desde o início da campanha aérea lançada em 26 de março pela Arábia Saudita contra os rebeldes xiitas, anunciou nesta sexta-feira o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

"Ao menos 115 morreram e 172 ficaram mutiladas", declarou um porta-voz da Unicef, Christophe Boulierac, em uma coletiva de imprensa em Genebra.

Das 115 mortes, 64 foram por bombardeios aéreos e 26 por explosivos ou minas. A fonte informou que 71 crianças morreram no norte e 44 no sul do país.

O balanço real, no entanto, certamente é mais elevado porque ainda estão sendo feitas verificações.

Por outro lado, a Unicef acredita que ao menos 140 crianças foram recrutadas pelos grupos armados desde que a violência no país começou a aumentar, afirmou o porta-voz.

Em 9 de abril, a representante de Unicef no Iêmen, Julien Harneis, explicou que um terço dos combatentes dos grupos armados eram menores de 18 anos.

Uma situação seria principalmente por razões culturais em um país onde "mostrar sua virilidade passa pela utilização de armas", explicou a fonte.

Segundo outras estatísticas publicadas pelo Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, 551 civis morreram desde 26 de março no Iêmen.

Já o Programa Mundial de Alimentos (PAM) espera poder ajudar 2,5 milhões de pessoas no país entre maio e julho.

Mas a falta de combustível poderá dificultar os trabalhos do PAM, alertou um porta-voz da agência da ONU, Elisabeth Byrs, que considera que a organização pode aguentar ainda "um pouco mais de duas semanas com suas reservas de emergência".

"É evidente que vamos ter de importar combustível rapidamente", afirmou.


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