(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Massacre em museu deixa 19 mortos, incluindo 17 turistas, na Tunísia


postado em 18/03/2015 14:07

Dezenove pessoas, incluindo 17 turistas estrangeiros, foram mortos nesta quarta-feira no ataque contra o Museu do Bardo em Túnis, o primeiro ato contra estrangeiros desde a revolução tunisiana.

Este ataque terrorista, segundo o ministério do Interior, afeta o país pioneiro da Primavera Árabe que, ao contrário dos demais Estados que viveram movimentos contestatórios em 2011, conseguiu escapar até então da onda de violência ou de repressão.

"A operação terminou", anunciou o porta-voz do ministério Mohamed Ali Arui às 15H00 GMT (12h00 de Brasília), quatro horas após o início da crise.

"São 19 mortos, sendo 17 de nacionalidades polonesa, italiana, alemã e espanhola", afirmou à imprensa o primeiro-ministro Habib Essid.

As duas vítimas tunisianas são um policial e um civil, enquanto os dois criminosos também foram mortos.

Segundo o premiê, a polícia procura dois ou três cúmplices do ataque. "Há a possibilidade, mas não a certeza, (de que os dois agressores mortos) foram ajudados por dois ou três elementos, e nós lançamos vastas operações para identificar esses terroristas", indicou.

O ministro da Saúde, Said Aidi, por sua vez, indicou que 38 pessoas ficaram feridas, entre elas franceses, sul-africanos, poloneses, italianos e japoneses.

Os agressores, vestidos em uniformes militares, atiraram contra os turistas quando estes desciam do ônibus e os perseguiram no interior do museu, de acordo com o primeiro-ministro. Não houve uma tomada de reféns, como sugerido.

Cerca de cem turistas estavam no museu quando "dois homens ou mais, armados com Kalachnikovs", atacaram.

Uma funsionária do museu, visivelmente abalada, testemunhou ter ouvido "tiros intensos por volta de meio-dia". "Meus amigos gritavam: 'fujam, fujam, são tiros'", relatou à AFP Dhuha Belhaj Alaya. "Fugimos pela porta de trás com colegas e turistas".

Pânico

No Parlamento, ao lado do museu, o pânico imperou quando os tiros foram ouvidos, informou a deputada Sayida Ounissi em seu Twitter. O tiroteio ocorreu "durante a audiência das forças armadas sobre a lei anti-terrorismo", com a presença do "ministro da Justiça, juízes e vários oficiais do exército", disse ela. Os trabalhos da casa foram suspensos.

O ministério das Relações Exteriores italiano, citado pelas agências italianas, informou que dois italianos ficaram feridos e muitos estão sob a proteção da polícia. Alguns turistas presentes viajavam no cruzeiro Costa, que faz escala no porto de Túnis.

O presidente da República, Beji Caid Essebsi, visitou o hospital Charles Nicole de Túnis, onde os feridos foram hospitalizados, de acordo com um jornalista da AFP.

"As autoridades tomaram todas as medidas para garantir que tais atos nunca mais voltem a acontecer", ressaltou à AFP.

Este ataque "visa a nossa economia", declarou Mohsen Marzuk, conselheiro político do presidente, referindo-se a importância do setor do turismo na Tunísia. "Mas não podemos deixar isso nos afetar. E estou certo de que o mundo vai manter a sua confiança em nós", acrescentou.

Desde a revolução de janeiro de 2011, que depôs o presidente Zine El Abidine Ben Ali, a Tunísia viu crescer um movimento jihadista, responsável pela morte de dezenas de policiais e soldados, segundo as autoridades.

Ligado à Al-Qaeda, o Okba Ibn Nafaa Phalanx é considerado o principal grupo jihadista na Tunísia, atuante na região do monte Chaambi, na fronteira com a Argélia.

Entre 2.000 e 3.000 tunisianos também teriam se juntado às fileiras dos jihadistas no exterior, principalmente na Síria, Iraque e Líbia. Quinhentos outros jihadistas tunisianos teriam retornado ao país e seriam, segundo a polícia, uma das maiores ameaças à segurança do país.

Tunisianos que combatem ao lado do grupo Estado Islâmico (EI), muito ativo na Síria e no Iraque, também ameaçaram sua terra natal nos últimos meses.

De acordo com o EI, um tunisiano teria participado do assalto contra o Hotel Corinthia em Trípoli, que deixou 9 mortos em janeiro, e outro realizou um ataque suicida em Benghazi, segunda maior cidade da Líbia.

Em abril de 2002, um ataque suicida contra uma sinagoga em Djerba (sul) deixou 16 mortos entre os estrangeiros - 14 alemães e dois franceses - e cinco tunisianos. Em junho, o porta-voz da Al-Qaeda reivindicou o ataque.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)