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Estado de Minas

Kerry otimista após discutir crise na Ucrânia com chanceler russo


postado em 02/03/2015 19:25

O secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, reuniram-se por cerca de 80 minutos nesta segunda-feira, em Genebra, para tratar da crise na Ucrânia.

Após o encontro, o chanceler russo falou brevemente sobre os "progressos notáveis" na implementação dos últimos acordos de paz assinados em Minsk, em 15 de fevereiro, indicando que o "cessar-fogo está sendo aplicado, e as armas pesadas foram retiradas" do leste da Ucrânia.

Lavrov também pediu às autoridades ucranianas que suspendam o "bloqueio de facto" imposto à região do Donbass e que os serviços básicos sejam restabelecidos para a população.

Já o chefe da diplomacia americana, que havia recentemente acusado as autoridades russas de "mentir" sobre os combates, declarou hoje estar "muito esperançoso" com o diálogo em Genebra e com a possibilidade de uma redução da violência nesse país do leste europeu.

Kerry voltou a afirmar que a trégua acordada em Minsk ainda não é "um cessar-fogo completo", mas disse esperar que o seja "nas próximas horas".

"Espero que isso seja o caminho para menos violência, e não para mais decepções", completou.

O encontro Kerry-Lavrov aconteceu pouco depois do anúncio pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos de que mais de seis mil pessoas morreram no leste da Ucrânia desde o início do conflito, em abril de 2014.

"Mais de seis mil vidas foram perdidas em menos de um ano, em consequência dos combates no leste da Ucrânia", informou em Genebra o alto comissário, o jordaniano Zeid Raad Al-Hussein, denunciando a destruição das infraestruturas e o sofrimento dos civis.

Kerry e Lavrov participaram da sessão de abertura do Conselho e, em seus discursos em plenária, ambos defenderam seus pontos de vista sobre a Ucrânia.

Por um lado, o secretário americano advertiu que o Conselho de Direitos Humanos deve "observar os fatos [na Ucrânia] e não se deixar induzir ao erro". Ele alegou ainda que a ONU deve solicitar a "prestação de contas" dos que violam os direitos humanos nessa antiga república.

Por outro, o chanceler russo criticou os que querem, segundo ele, sabotar uma solução pacífica na Ucrânia.

Em Moscou, o Kremlin garantiu hoje que o presidente russo, Vladimir Putin, não mudará sua posição, apesar das sanções ocidentais.

"As tentativas de pressionar Putin, ou de fazê-lo mudar de opinião sob pressão são totalmente em vão", descartou o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, em entrevista à agência de notícias russa RIA Novosti.

No terreno, uma relativa calma parece retornar à região nesses últimos dias. Embora o cessar-fogo acordado em Minsk tenha entrado em vigor três dias depois, ambos os lados se acusam mutuamente de violar a trégua em diferentes ocasiões.

A situação na Ucrânia também será tema, nesta segunda-feira à noite, de mais uma conversa por telefone entre os presidentes russo; ucraniano, Petro Poroshenko; e francês, François Hollande; além da chanceler alemã, Angela Merkel.

UE, Kiev e Moscou fecham acordo sobre gás

A União Europeia (UE) conseguiu nesta segunda-feira um acordo entre Kiev e Moscou para garantir a continuidade no abastecimento de gás para a Ucrânia até o fim de março e, com isso, assegurar a passagem por esse país do gás comprado pelos europeus.

A companhia ucraniana "Naftogaz se compromete a pagar a Gazprom antecipadamente em março, garantindo a cobertura do consumo do país. A Gazprom garantiu a passagem das compras de gás da UE e entregará em pontos acordados entre as duas partes até 114 milhões de metros cúbicos de gás por dia à Ucrânia, com base nos pagamentos recebidos" - anunciou o vice-presidente da Comissão Europeia encarregado da Energia, Maros Sefcovic, referindo-se ao acordo obtido ao fim de várias horas de negociação em Bruxelas.

Quase 15% das importações totais da UE transitam pela Ucrânia.

Mais cedo, a porta-voz dos temas de Energia da Comissão, Anna-Kaisa Itkonen, havia antecipado para a AFP que as discussões seriam sobre "a implementação do pacote de inverno".

Acordado em outubro de 2014, esse pacote incluía o valor e as quantidades de hidrocarboneto que o grupo ucraniano Naftogaz deveria pagar durante seis meses ao russo Gazprom.


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