O líder do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), Abdullah Ocalan, que está preso, fez um apelo "histórico" neste sábado para que os separatistas curdos organizem um congresso sobre o desarmamento, com o intuito de colocar um fim ao conflito que já dura 30 anos.
"Enquanto nos aproximamos de uma solução para este velho conflito de trinta anos com uma paz definitiva, nosso primeiro objetivo é alcançar uma solução democrática", disse Ocalan em mensagem transmitida pelo deputado Sirri Sureyya Onder, do Partido Democrático popular (HDP, pró-curdo).
"Peço que o PKK faça um congresso extraordinário na primavera para tomar uma decisão estratégica e histórica para o desarmamento", continuou Ocalan, citado pelo parlamentar durante uma coletiva de imprensa ao lado do vice-primeiro-ministro Yalcin Akdogan.
As duas partes estão "mais próximas do que nunca da paz", disse Onder.
Uma delegação do HDP se reuniu com rebeldes do PKK em sua base, no monte Kandil, no Iraque, em 23 de fevereiro e depois com Ocalan nesta sexta-feira no presídio onde ele se encontra, em Imrali.
O chefe do PKK considerou em novembro que um acordo poderia ser firmado num prazo de quatro a cinco meses com o governo de Ancara para colocar um fim à rebelião.
O PKK, implicado num conflito com as autoridades de Ancara que matou cerca de 40.000 pessoas desde 1984, decretou em março de 2013 um cessar-fogo que foi respeitado globalmente, após negociações secretas com o governo.