A Austrália quer despojar de sua nacionalidade os indivíduos vinculados a organizações terroristas e detentores de dois passaportes, anunciou nesta segunda-feira o primeiro-ministro, que acusou o grupo Estado Islâmico (EI) de "declarar a guerra ao mundo".
A Austrália elevou seu nível de alerta em setembro passado e multiplicou as inspeções e detenções que permitiram frustrar um suposto complô de seguidores do EI que planejavam sequestrar e decapitar um civil australiano escolhido ao acaso.
Os serviços especializados não conseguiram impedir que um extremista notório passasse à ação em dezembro: Man Haron Monis, de origem iraniana, fez 17 pessoas reféns em um café de Sydney. Dois reféns morreram, além de Monis.
O chefe de Governo, Tony Abbott, disse nesta segunda-feira que está decidido a enfrentar "a corte australiana de jihadistas endurecidos".
O Governo, acrescentou, "vai apresentar emendas à lei sobre a nacionalidade que permitam a perda ou a suspensão da nacionalidade australiana para os binacionais".
Medidas de indignidade privarão de certos direitos civis uma pessoa de nacionalidade unicamente australiana culpada de vínculos com o terrorismo.
"A ameaça interna se agrava", com 400 investigações em andamento - o dobro em um ano - e a radicalização de lobos solitários com frequência nascidos na Austrália e dispostos a responder aos chamados do EI e praticar a jihad nos países ocidentais, disse Tony Abbott.