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Estado de Minas

Farc e governo colombiano retomam negociações de paz após superar crise


postado em 10/12/2014 21:07

A guerrilha das Farc e o governo da Colômbia retomaram nesta quarta-feira suas negociações depois de superar a maior crise registrada no processo de paz.

"Começamos hoje um novo ciclo de conversações. Desta maneira, se faz patente que deixamos para trás os acontecimentos que geraram as dificuldades que causaram a interrupção dos diálogos de paz", afirmou o chefe negociador do governo, o ex-vice-presidente colombiano Humberto de la Calle.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, saudou o acordo alcançado por delegados de seu governo e da guerrilha das Farc para retomar os diálogos de paz em Cuba, interrompidos pela captura de um general, libertado na semana passada.

O incidente envolveu o general Rubén Alzate e dois acompanhantes, inclusive uma mulher, que foram libertados pelas Farc no domingo.

As duas delegações acertaram se reunir entre 10 e 17 de dezembro, em um ciclo mais breve que o habitual, para discutir a desescalada do conflito e conformar uma "subcomissão" de gênero (no dia 15) e receber os testemunhos de uma quinta e última delegação de vítimas do conflito armado (no dia 16).

Em seguida, farão um recesso para as festas de fim do ano e retomarão as práticas em meados de janeiro, segundo o comunicado conjunto.

As negociações, que ocorrem sem um cessar-fogo na Colômbia, já obtiveram consensos parciais em três dos cinco pontos da agenda: reforma agrária, solução para o problema das drogas ilícitas e participação política dos guerrilheiros.

Mas permanecem vários detalhes pendentes, além da ausência de acordo sobre temas sensíveis como vítimas, desarmamento, participação política e penas para guerrilheiros.

Para os membros da guerrilha e para o governo colombiano, está claro que o fim do conflito levará as Farc para a política, mas ainda não foram estabelecidos os termos desta participação.

Outro ponto pendente é a negativa da guerrilha de ver seus líderes na prisão, o que cria um impasse diante da obrigação do Estado colombiano de cumprir as leis internacionais sobre crimes contra a humanidade, impedindo a adoção de penas alternativas.

As partes concordam em que o acordo final de paz deve ser referendado pelos colombianos, mas divergem sobre este mecanismo. As Farc insistem em convocar uma Assembleia Nacional Constituinte para garantir o cumprimento do que foi acertado, mas o governo rejeita veementemente tal proposta.

As Farc reafirmam a cada oportunidade possível a necessidade de um cessar-fogo bilateral para fomentar o trabalho na mesa de diálogo, e o presidente Juan Manuel Santos, que até o momento negava uma trégua, já admite explorar opções em Havana para "desescalar" o conflito.


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