Investidores residentes em Nova York apresentaram uma denúncia contra a Petrobras na justiça federal dos Estados Unidos por ocultação de informações aos que adquiriram os papéis da empresa em Wall Street.
A denúncia coletiva por "violação da ata da bolsa de valores" foi apresentada pelo escritório de advocacia Wolf Popper LLP em nome de Peter Kaltman e das pessoas que compraram ações da petroleira entre 20 de maio de 2010 e 21 de novembro de 2014, segundo um comunicado do escritório.
"A denúncia alega que a Petrobras publicou declarações falsas e enganosas (...) deturpando fatos e encobrindo a cultura de corrupção na companhia que consistiu em um esquema de subornos e lavagem de dinheiro de bilhões de dólares desde 2006", diz o texto.
"A companhia é acusada de ter valorizado sua propriedade, instalações e equipamentos em seus balanços porque os montantes superfaturados pagos aos empreiteiros foram incluídos como ativos nessa documentação", complementa.
Segundo Wolf Popper LLP, "esses montantes foram superfaturados porque a Petrobras inflou o valor dos contratos de construção da companhia".
O escândalo descoberto neste ano na Petrobras envolve desvios de aproximadamente 4 bilhões de dólares em uma década, valor que se aproxima ao orçamento anual de alguns países.
Até agora, 25 pessoas foram detidas e outras 11 cumprem prisão preventiva.
Com o escândalo, a Petrobras admitiu que ajustará suas declarações financeiras, o que provocou queda de seus certificados (equivalentes às ações) em Wall Street, de 19,38 dólares no dia 5 de setembro para 10,10 dólares em 24 de novembro, "uma queda de 8,88 por ação, ou 46%", segundo a demanda apresentada nos Estados Unidos.
O escritório propõe que os investidores prejudicados apresentem uma moção antes do dia 6 de fevereiro de 2015 para se somar à ação judicial.