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Estado de Minas

Violência do novo vídeo é prova do nervosismo dos jihadistas

Vídeo de 15 minutos mostra decapitação de 18 soldados sírios e cabeça decepana do americano Peter Kassig


postado em 17/11/2014 14:07 / atualizado em 17/11/2014 14:18

No vídeo extremamente violento divulgado no domingo, o grupo Estado Islâmico (EI) proclama uma absoluta confiança em sua força, mas especialistas veem isso como mais um sinal de nervosismo após uma série de derrotas militares. Este vídeo de 15 minutos marca uma nova etapa na brutalidade reivindicada pelo EI ao mostrar a decapitação "ao vivo" de 18 soldados sírios e a cabeça decepada do americano Peter Kassig.

 

"O grupo abandonou seu modo de comunicação disciplinado e agora dispara para todos os lados, dirigindo-se a seus partidários e adversários", considera o grupo de reflexão Soufran. "O EI continua a ser um inimigo poderoso, especialmente para as milhões de pessoas sob o seu domínio na Síria e no Iraque, mas o grupo parece incoerente e desequilibrado", acrescenta. O registro rompe com o estilo "padronizado" dos vídeos anteriores das decapitações praticadas pelo EI. Os condenados não usam a túnica laranja que lembra o uniforme dos prisioneiros de Guantánamo. Peter Kassig não é mostrado vivo antes de ser executado, apenas sua cabeça, no chão, e nenhum novo refém é apresentado ao final do vídeo.


E, sobretudo, o vídeo, composto em grande parte por imagens de propaganda à glória do EI, comporta uma sequência altamente coreografada e filmada de maneira profissional, mostrando a decapitação de ao menos 18 homens, supostamente soldados do regime de Bashar al-Assad. Um após o outro, os jihadistas, com os rostos descobertos pela primeira vez e facas na mão formando uma linha, deitam suas vítimas no solo antes de decapita-las todas ao mesmo tempo.


"Acredito que podemos ligar este vídeo às derrotas sofridas pelo EI", diz Aymenn al-Tamimi, membro do Fórum de Meio Ambiente e especialistas de grupos jihadistas. Especialistas e autoridades em Washington acreditam que o EI já atingiu seu ponto de máxima expansão e agora começa a diminuir após um período de conquistas e a proclamação de um "califado" islâmico.

As forças iraquianas recuperaram terreno na semana passada frente aos jihadistas, rompendo o cerco à maior refinaria do país depois de retomar uma cidade vizinha e uma barragem. E na Síria, o grupo já havia perdido mais de 700 homens na batalha de Kobane, a localidade curda localizada na fronteira com a Turquia que o EI tenta conquistar há dois meses, até agora em vão.


Deserções


O vídeo das decapitações foi ao ar três dias após um áudio atribuído ao "califa" e líder do grupo, Abu Bakr al-Baghdadi, e distribuído depois de boatos sobre sua morte em um ataque aéreo.


Retratando o grupo como um movimento crescente, ganhando novos partidários a cada dia, ele afirma que a expansão do EI "vai continuar". "A ultra-violência desses vídeos tem dois objetivos: primeiramente (...) angariar apoio, incentivar aqueles que estão relutantes e desencorajar as deserções", considera Dalia Ghanem Yazbeck, pesquisador do Centro Carnegie para o Oriente Médio. "Em segundo lugar, mostra que o grupo ainda tem um poderoso poder militar (...) e pode atingir qualquer pessoa, em qualquer lugar, a qualquer hora", acrescenta.


Para Tamimi, o vídeo, que começa com uma infografia animada do mapa mundi, mostrando as ambições expansionistas do EI, também se destina a destacar os juramentos de fidelidade recentes de outros grupos ao EI, especialmente no Egito. "O fato de que rostos dos executores serem reconhecíveis mostra claramente suas diferentes nacionalidades, o que é uma maneira de ilustrar a composição internacional do grupo", acrescenta. Alguns deles foram identificados como combatentes estrangeiros, incluindo, pelo menos, um francês e provavelmente um australiano e um dinamarquês.


O líder do grupo - cujo rosto permanece oculto - fala inglês com um sotaque britânico, e seria o mesmo homem que apareceu nos vídeos anteriores do EI. Na gravação atribuída a Baghdadi, que assegura que suas tropas marcharão em Roma em breve, o "califa" diz que seus inimigos serão obrigados a enviar tropas terrestres, prometendo um banho de sangue.

Mas, para o Grupo Soufan, a propaganda recente do EI revela realmente seu nível de nervosismo.


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