Os rebeldes pró-Rússia se preparavam nesta segunda-feira para defender o seu principal reduto de Donetsk, enquanto as forças de Kiev avançavam em sua direção, após a retomada do controle no último fim de semana de várias cidades, incluindo Slaviansk.
Vários líderes separatistas expressaram a determinação em resistir, após um "recuo tático", afirmando que, como destacou um deles, Denis Puchilin, a defesa de Donetsk, a capital da região de Donbass, marcaria um ponto de virada no conflito com Kiev.
A cidade estava calma na manhã desta segunda-feira e não se observava preparativos militares ou presença de homens armados nas ruas do centro da cidade.
Ainda assim, combates foram registrados em Saur-Mogila, uma colina estratégica a 40 km de Donetsk, onde os insurgentes repeliram os avanços de um batalhão de voluntários "Azov". O incidente não foi confirmado pelas autoridades ucranianas.
O potencial militar dos rebeldes - que contam com alguns milhares de combatentes de Donetsk e Lugansk - é difícil de medir. Colunas de veículos transportando várias centenas de homens foram vistas entrando em Donetsk durante o fim de semana, assim como tanques e caminhões com canhões antiaéreos.
Defender uma cidade tão grande não é fácil, apesar do reforço nos pontos de controle estabelecidos pelos rebeldes nas estradas principais.
No entanto, o exército ucraniano enfrenta uma tarefa difícil. Donetsk possui um milhão de habitantes e o presidente ucraniano Petro Poroshenko se comprometeu solenemente a não pôr em perigo a população local. Entrar na cidade com tanques e blindados colocaria em exposição os moradores aos disparos dos rebeldes. E uma possível guerra urbana, evocada pelos insurgentes, provocaria enorme derramamento de sangue.
De acordo com o ex-ministro da Defesa interino, Mykhailo Koval, a estratégia, concebida pelo próprio presidente Poroshenko, é estabelecer um "bloqueio" em Donetsk e Lugansk. Este "bloqueio total" forçaria os rebeldes a "entregar as armas".
De fato, as forças leais apertaram o cerco. Presentes desde o início na entrada de Donetsk e ao oeste, onde mantêm o controle do aeroporto, avançam pelo norte há três dias.
A grande incógnita é saber o quanto a população de Donetsk apoiará os rebeldes.
No domingo, mais de 2.000 partidários da "República Popular de Donetsk" - um número que parece modesto em comparação com total de habitantes - se reuniram para proclamar a intenção de defender a cidade.