Políticos da oposição argentina pediram nesta sábado o afastamento do vice-presidente Amado Boudou, depois que a Justiça decidiu processá-lo por envolvimento num escândalo de corrupção. “Se ele não for afastado, vamos pedir que seja submetido a um julgamento político no Congresso”, anunciou nessa sexta-feira (27) o deputado Júlio Cobos, do partido União Cívica Radical (UCR), que foi vice-presidente de Cristina Kirchner no primeiro mandato. Na reeleição, em 2011, a presidente escolheu como vice Boudou, que era seu ministro da Economia.
Eles ganharam o processo e, com isso, o direito de cobrar US$ 1,3 bilhão ao mesmo tempo que os 93% dos credores que aderiram aos dois planos de reestruturação da dívida (2005 e 2010). Eles deveriam cobrar US$ 900 milhões na segunda-feira (30), mas só receberão o dinheiro se a Argentina pagar os fundos abutres.
Os advogados de Boudou avisaram neste sábado que vão apelar à Justiça, na próxima semana, por considerar que o vice-presidente é vítima de perseguição política. Boudou é acusado de tráfico de influência por, supostamente, ter usado o cargo público (quando era ministro da Economia) para beneficiar a Gráfica Ciccone, que imprimia as cédulas do peso argentino, moeda oficial do país. Segundo as investigações, ele salvou a gráfica da falência e ajudou os novos donos (que seriam sócios e amigos) a fechar contrato para imprimir as cédulas do governo.