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Estado de Minas

Atentado com carro bomba em Beirute mata opositor de Assad

Conselheiro do ex-primeiro-ministro libanês Saad Hariri e outros quatro cidadãos morreram; pelo menos 50 pessoas ficaram feridas


postado em 27/12/2013 14:37 / atualizado em 27/12/2013 14:53

Um carro-bomba matou nesta sexta-feira, em Beirute, um conselheiro do ex-primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, hostil ao regime sírio, marcando uma nova escalada da violência nesse país, dividido entre partidários e opositores de Damasco.


No atentado, Mohamad Chatah, uma das figuras mais destacadas da coalizão oposta ao regime sírio liderada por Hariri, morreu, informou a Agência Nacional de Informação (ANI) do Líbano.


"Cinco cidadãos morreram, mais de 50 ficaram feridos e mais de dez edifícios foram destruídos" pelo atentado que sacudiu a capital por volta das 10H00 (06H00 de Brasília), afirmou a ANI.


Chefe da coalizão "14 de Março", Chatah era hostil ao regime de Bashar al-Assad e apoiava a oposição síria, disseram à AFP membros desta coalizão.


O chefe da coalizão libanesa hostil ao regime sírio, Saad Hariri, acusou o Hezbollah xiita, aliado do governo da Síria, de estar por trás do atentado.


"Para nós, os responsáveis são (...) os mesmos que escapam da justiça internacional (...) e os que propagam o incêndio regional da nação (libanesa)", informou Hariri em um comunicado, se referindo ao movimento xiita libanês Hezbollah que se nega a entregar à justiça internacional cinco de seus membros acusados pelo assassinato, em 2005, de seu pai, Rafic Hariri.


"O assassino é o mesmo (...) tem sede de sangue sírio e libanês (...) de Beirute a Trípoli (...) a todo Líbano, o assassino é o mesmo, ele e seus aliados libaneses, de Deraa, a Aleppo, a Damasco, a toda Síria", disse o ex-primeiro-ministro do Líbano, Fuad Siniora, lendo um comunicado da coalizão libanesa.


O regime sírio de Bashar al-Assad negou estar envolvido no atentado, rejeitando as acusações "erradas e arbitrárias (que) acontecem em um contexto de ódio político", segundo o ministro de Informação sírio Omran al Zohbi, citado pela agência estatal SANA.


"Certas personalidades libanesas nunca pararam de acusar (Damasco) cada vez que um doloroso assassinato acontece nesse país irmão que é o Líbano", acrescentou o ministro, se referindo à coalizão "14 de Março".


Vários carros e corpos estavam em chamas próximo da capital, enquanto os resgatistas socorriam os feridos. As janelas de uma dezena de edifícios e restaurantes próximos explodiram e os destroços atingiram um amplo perímetro das ruas, constatou um jornalista da AFP.


No local do atentado, dois libaneses manifestaram sua exasperação frente aos repetidos ataques e à violência ligada ao conflito sírio.


"Tudo está relacionado com a Síria. Não há futuro, se pudesse sair do país com a minha mulher e filhos, sairia", disse Ziad, de 37 anos.


Chatah, de 62 anos, que também foi ex-ministro das Finanças, ia rumo à casa de Saad Hariri - ausente do país - no momento do atentado.


Às 09H30 (05H30 de Brasília) estava prevista uma reunião da coalizão do "14-março" na casa do ex-primeiro-ministro libanês.


Em seu último tuíte, uma hora antes de sua morte, Chatah acusou o Hezbollah de apoiar o regime sírio no Líbano.


A capital libanesa foi alvo de vários atentados desde o verão, a maioria contra bastiões do movimento xiita Hezbollah, cujas tropas combates contra os rebeldes sírios junto ao exército do presidente Bashar al-Assad.


No dia 19 de novembro um duplo atentado suicida contra a embaixada do Irã, um país aliado de Damasco, deixou 25 mortos em um feudo do Hezbollah em Beirute. O ataque foi reivindicado por um grupo ligado a Al-Qaeda.


No dia 23 de agosto, um duplo atentado com carro bomba contra duas mesquitas sunitas deixou 45 mortos em Trípoli, no norte do Líbano.


O Líbano foi fortemente afetado pelo conflito na vizinha Síria, especialmente desde que o Hezbollah enviou suas tropas em apoio ao exército de Bashar al-Assad contra os rebeldes.


O país foi atingido de 2005 a 2012 por uma série de atentados e assassinatos contra políticos e jornalistas desfavoráveis ao regime sírio, assim como membros do exército e da polícia considerados próximos a esse campo.


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