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Estado de Minas

África do Sul se une em orações e cantos por Nelson Mandela


postado em 08/12/2013 12:40

Os sul-africanos se dirigiam neste domingo às igrejas, mesquitas, templos e sinagogas de todo o país para lembrar Nelson Mandela, no início de uma semana de cerimônias oficiais em homenagem ao ícone da luta contra o apartheid.

"Vá para casa, Madiba, você fez abnegadamente tudo o que é bom, nobre e honroso para o povo de Deus", declarou o arcebispo anglicano da Cidade do Cabo, Thabo Mokgoba, durante a missa deste domingo na Igreja Anglicana de Santa Cruz, na cidade de Nyanga da Cidade do Cabo.

"Que seu longo caminho em direção à liberdade seja apreciado e realizado por todos nós", acrescentou, referindo-se ao título da autobiografia de Mandela, primeiro presidente negro da África do Sul que morreu na quinta-feira aos 95 anos em sua casa de Johannesburgo.

"Celebro e choro ao mesmo tempo a vida de Tata (pai) Mandela, por isso estou aqui hoje", declarou à AFP Tutu Phankisa, uma paroquiana de 49 anos que começou a chorar ao ver os retratos de Mandela na igreja.

"Como sul-africana, formo parte da família de Tata Mandela. Estou de luto como eles. Eu era como uma filha de Tata Mandela, porque lutou por mim. Lutou por todos os negros da África do Sul e do continente africano", acrescentou.

Na pequena igreja reformada holandesa de Melville, em Johannesburgo, o reverendo André Barlett acendeu uma vela em um altar em memória de Nelson Mandela "em agradecimento a Deus, que nos deu alguém que representava valores importantes, valores de paz, de reconciliação, de respeito e de humanidade".

"Pensem nos anos 1990 e no medo que tínhamos pelo que ocorria em nosso país: sob a direção de Mandela, nenhum desses medos se cumpriu. Obrigado, Senhor, por ter proporcionado este líder ao nosso país neste momento importante", acrescentou o pastor desta igreja, que era a religião quase oficial do regime segregacionista do apartheid.

Na igreja católica de Regina Mundi, em Soweto, feudo da resistência ao apartheid, o padre Sebastian Rossouw convocou os fiéis a rezarem por Mandela, "uma luz na escuridão", de quem destacou "a humildade e a capacidade de perdoar", embora tenha afirmado que, "como todo ser humano, Madiba (seu nome de clã, como era chamado afetuosamente pelos sul-africanos) não era perfeito".

Não esquecer os valores de Mandela

O atual presidente sul-africano, Jacob Zuma, compareceu a um serviço metodista - a Igreja à qual a família Mandela pertence - na periferia de Johannesburgo junto com Winnie, ex-mulher do também Prêmio Nobel da Paz de 1993.

"Devemos rezar para não esquecer alguns dos valores que Madiba defendia, pelos quais lutou, pelos quais sacrificou sua vida", disse Zuma.

"Quando nossa luta (contra o apartheid) terminou, ele pregou e praticou a reconciliação para que os que haviam se enfrentado se perdoassem e se convertessem em uma nação", lembrou Zuma diante de mil pessoas.

As homenagens a Mandela, reconhecido, sobretudo, por ter evitado uma guerra civil no início dos anos 90, começaram na quinta-feira, logo após a notícia de sua morte.

Muitos sul-africanos foram lembrá-lo em locais simbólicos, como sua casa de Johannesburgo, sua antiga residência de Soweto e a prefeitura da Cidade do Cabo, onde fez seu primeiro discurso como homem livre em 1990, depois de passar 27 anos na prisão.

Mas este domingo era o primeiro dia de uma semana de cerimônias oficiais, que terminará no próximo domingo, dia 15 de dezembro, quando Mandela for enterrado.

Na segunda-feira, o Parlamento sul-africano realizará uma sessão extraordinária em sua homenagem, e na terça-feira haverá uma cerimônia oficial no estádio Soccer City de Soweto, onde Mandela fez sua última aparição oficial, na final da Copa do Mundo de Futebol de 2010.

Chefes de Estado e de governo, artistas, monarcas e líderes espirituais de todo o mundo estão convidados a esta cerimônia, que contará com a presença, entre outros, do presidente francês, François Hollande, do americano Barack Obama e do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

Os restos mortais de Mandela serão levados em procissão pelas ruas de Pretória e velados no Union Building, a sede do governo, na quarta, quinta e sexta-feira. No sábado será realizada uma cerimônia de despedida do Congresso Nacional Africano (CNA), antes que o corpo do ex-presidente parta em direção a Qunu, onde passou sua infância.

Ali, o clã dos Thembu, sua tribo, organizará uma cerimônia tradicional de enterro no domingo que também deverá contar com a presença de personalidades e representantes políticos de todo o mundo.


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