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Estado de Minas

Intervenção militar pode agravar tensão na região, dizem analistas


postado em 01/09/2013 00:12 / atualizado em 01/09/2013 11:06

Rodrigo Craveiro

Brasília –A milícia xiita Hezbollah atravessou a fronteira sudoeste do Líbano para ajudar as forças do ditador Bashar Al-Assad a combaterem os rebeldes. A Leste, militantes da rede terrorista Al-Qaeda vez ou outra invadem o território sírio, semeiam o caos e retornam ao Iraque para impulsionar a campanha de ódio contra os xiitas. Mais ao Norte, as tropas do regime travam batalhas isoladas contra soldados do governo de Recep Tayyip Erdogan, enquanto a Turquia já recebeu 444 mil cidadãos refugiados do país vizinho – 481 mil buscaram abrigo na Jordânia e 606 mil no Líbano. Antes mesmo que o primeiro míssil fosse lançado pelos destróieres e pelos caças dos Estados Unidos contra o regime de Damasco, quase todo o Oriente Médio já estava involuntariamente envolvido na guerra civil da Síria. Analistas alertam que, além de ser inócua, a intervenção militar, a depender da duração e da intensidade, pode agravar ainda mais a instabilidade regional.


Especialista do instituto The Atlantic Council of Canada, Alexander Corbeil admite que o risco de caos no Oriente Médio aumentou drasticamente nos últimos cinco meses. "O regime de Damasco tem feito repetidos alertas de que buscará estender o conflito para além de suas fronteiras em caso de uma ofensiva do Ocidente ", adverte. "Caso Al-Assad se sinta ameaçado, ele poderá acionar aliados sunitas e esquerdistas a fim de promoverem uma campanha de atentados para desestabilizar o Líbano", exemplifica.


O alemão Guenter Meyer, diretor do Centro para Pesquisa sobre o Mundo Árabe (Ceraw, na sigla em inglês), da Universidade de Mainz, acredita que uma intervenção rápida na Síria, restrita ao lançamento de mísseis contra a infraestrutura militar de Damasco, terá impacto apenas limitado. "O ataque americano vai enfraquecer a capacidade das forças sírias, e os rebeldes aproveitarão para intensificar sua batalha. Bashar Al-Assad permanecerá no poder e a guerra civil vai prosseguir, com muito mais mortos", prevê. Como consequência, segundo ele, o aumento no número de refugiados rumo ao Líbano vai contribuir como uma tensão crescente entre o Hezbollah xiita, no Sul do país, e os guerrilheiros sunitas anti-Assad, no Norte. No entanto, o alemão praticamente descarta nova guerra civil libanesa.


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